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Oficina da Psicologia: QUERO FÉRIAS!!!

Depois das férias damos por nós a aproximarmo-nos perigosamente do precipício e a desejar voltar àquele momento perfeito em que o tempo parou, o próximo minuto não estava ocupado com uma obrigação qualquer, e o calor nos envolveu.
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[Por Madalena Lobo, Direção Geral, Oficina de Psicologia]

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Pois quero! Ando a sonhar com elas há vários meses. Em contagem decrescente. Na certeza de que as férias vão ser uma aspirina gigantesca que me vão devolver à vida habitual em bom estado. Durante as férias vou ser feliz. Durante as férias vou fazer isto e aquilo e mais aquilo. E ainda vou conseguir por o sono todo em dia. E depois das férias, completamente refeita, vou sentir-me outra. Tenho a certeza!
 
Reconhece este discurso que passa, em várias versões, na cabeça de qualquer pessoa em plena vida ativa, lá bem no fundo do cérebro? 
E, no geral funciona. É certo que como um balão de oxigénio de curta duração, porque lá pelo Natal já damos por nós a aproximarmo-nos perigosamente do precipício e a desejar voltar àquele momento perfeito em que o tempo parou, o próximo minuto não estava ocupado com uma obrigação qualquer, e o calor nos envolveu. Mas, em condições normais, conseguimos usufruir das férias e voltamos revigorados e “prontos para outra”.
 

 
Não foi o que aconteceu ao João. O João, mal iniciou férias ficou adoentado – a primeira parte da férias andou indisposto, com dores de cabeça, nauseado e até se conseguiu constipar em pleno Agosto. “Que azar!”, foi o que ele pensou. “Tanto que eu queria férias e tinha de ficar doente…”. No final das férias, já a sentir-se melhor, apercebeu-se que tinha a cabeça a andar a 1.000 a hora e a dificultar-lhe o descanso e andava tenso e irritável. Quando deu por ela, as férias chegaram ao fim e a vida habitual aguardava-o. Refrescado? Não… Frustrado sim. Cansado, estranhamente. E com um leve travo de desespero, de “então, e agora?”. E aquele despertador implacável que, na Segunda-feira, o atirou de volta as obrigações e ao trabalho, como se nada se passasse.
 
Também não foi o que aconteceu à Maria. A Maria entrou nas férias cheia da sofreguidão de quem quer aproveitar tudo até à última gota, porque agora é que era! Aproveitou as manhãs e as tardes e as noites. Aproveitou a família, os amigos, novos conhecidos e até um pouco de tempo só para ela. Porque passou 11 meses a detestar a sua rotina e a sua falta de tempo para viver verdadeiramente a descontração, não houve um só minuto das férias em que não estivesse totalmente esquecida da sua vida habitual onde não vê brilho. De regresso, no último momento possível, quase direta da praia para o escritório, tem um embate duro com a realidade – estendem-se 11 meses à sua frente, novos em folha, inteirinhos, sem nada que a anime, exceto a ideia de que, lá no fundo da corrida, haverá mais férias. Lá bem no fundo dos 11 meses…
 
Evitar a exaustão psicológica
 
Conhece o João ou a Maria? É natural que sim porque são casos frequentes. O João estará, muito provavelmente, em ‘burnout’ (exaustão psicológica normalmente associada a stress ocupacional) e esta reação às férias é um sinal de alerta forte de que tem de rever muitas coisas na forma como aborda a sua vida no dia-a-dia. Em casos de ‘burnout’, a exaustão é psicológica, nas suas várias valências – há sintomas físicos, emocionais, comportamentais e cognitivos (funcionamento intelectual), e o descanso de férias pouco ou nada adianta – apenas faz com que abrande a adrenalina que estava a suster a pessoa em modo de funcionamento mínimo, e se torne bem visível tudo o que indica essa exaustão.
 

Já a Maria investe todas as suas energias na construção de uma realidade alternativa à sua vida: vive para as férias em vez de se mobilizar para ir identificando o que lhe desagrada no seu dia-a-dia e ir construindo bases sólidas de dias plenos e que lhe retornem satisfação pessoal, em congruência com os seus valores pessoais, sonhos e zonas de conforto. Ao apostar tudo numa via de escape – as férias – desinveste recursos pessoais que seriam importantes na melhoria dos restantes 92% da sua vida.
 
Algumas sugestões, para que as suas férias, agora e no futuro, sejam verdadeiramente reparadoras de bem-estar e o contributo que deveriam ser para uma vida bem vivida:
 
Esteja “no sítio onde está” – durante 11 meses por ano, invista energias a melhorar o seu estilo de vida, identificando o que não funciona consigo, tornando as suas ações quotidianas mais consonantes com o seu conforto pessoal e os seus valores e princípios orientadores de vida

Os momentos de descanso e de usufruto pessoal não devem ser remetidos exclusivamente para as férias – todos os adultos têm uma longa sequência de obrigações e responsabilidades mas é sempre possível criar rotinas de descanso e de momentos de prazer e gratificação

Cuide diariamente de si – a alimentação, o sono, o tempo para estar com quem gosta e para fazer as atividades que lhe dão prazer são tudo aspetos da mais profunda importância para estarmos funcionais e bem, e devem ter um peso significativo nas nossas opções de gestão de tempo

Se der por si a ter sinais de exaustão, não espere pelas férias, na fantasia de que vão desaparecer. Trate do tema o mais rapidamente possível – check-up médico e intervenção em Psicologia – para que possa usufruir das
férias no seu devido tempo.
 

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Para saber mais sobre este projeto visite www.oficinadepsicologia.com ou http://www.facebook.com/oficinadepsicologia

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