O projeto “Hortas do Mira”, representa um investimento conjunto de 20 a 30 empresas no valor de cerca de 200 milhões de euros, a concretizar em cinco a oito anos. O investimento poderá vir a criar 900 postos de trabalho.
O objectivo é fazer com que o parque funcione como “um condomínio” de várias empresas de horticultura ou floricultura.
“Odemira tem o clima ideal para produzir o ano todo”, justifica em declarações à agência Lusa, Paul Dolleman, um dos mentores do projeto.
A ideia nasceu da empresa Atlantic Growers, recém-instalada na região e que se dedica à produção de pimentos em eco-estufas e que reconhece o potencial de Odemira para a agricultura.
Atualmente, existe apenas uma “estufa modelo” de seis hectares, com uma produção anual de 300 toneladas por hectare, o que é “quatro a cinco vezes mais do que as estufas de plástico tradicionais”, salientou Ferry Enthoven, o outro sócio-gerente da empresa e parceiro no “Hortas do Mira”.
Assegurando a “qualidade”, o método da empresa holandesa não tem grandes impactos ambientais, assegura, explicando que não são usados inseticidas.
O solo também não fica saturado, porque, em vez da terra, as plantas crescem em lã de rocha, regada através de um sistema computorizado que controla a humidade e a temperatura, enquanto a água e os adubos não absorvidos são reutilizados na rega.
O projeto Hortas do Mira prevê ainda a aplicação de sistemas de cogeração de energia, a gás natural, que permitem a produção de calor, para aquecer a estufa, de eletricidade, para consumo próprio e venda à rede nacional, e dióxido de carbono, necessário às plantas.