“É o primeiro fóssil de dinossauro descoberto em Angola e é também uma nova espécie e um novo género para a ciência”, confirmou Octávio Mateus à agência Lusa, que integra uma equipa de cientistas internacionais, que desde 2005 se desloca a Angola para procurar e estudar fósseis de vertebrados.
Além do “braço quase completo” do primeiro dinossauro encontrado em território angolano, e que viveu há 90 milhões de anos, a descoberta veio a tornar-se ainda mais surpreendente.
Para o paleontólogo, o dinossauro saurópode existiu apenas em Angola “quando já se pensava extinto no resto do mundo” e, apesar de ter vivido no deserto e de ter de se alimentar com toneladas de comida, “conseguiu sobreviver naquele ambiente árido”, à semelhança do que acontece com os elefantes.
Por outro lado, corresponde aos “primeiros vestígios de um animal terrestre fossilizado em território angolano”.
A descoberta dos achados paleontológicos vêm enfatizar a riqueza de fósseis existentes em Angola, onde “está tudo por descobrir” porque a investigação científica ficou posta de lado durante décadas, mas também devido à vasta área de deserto.
“O facto de não ter vegetação nem ocupação do terreno torna mais fácil descobrir ossos”, disse, sublinhando que o potencial de descoberta de fósseis “é grande”.
Os achados paleontológicos foram encontrados no deserto de Namibe, a 70 quilómetros de Luanda, na primeira expedição realizada em 2005 a Angola pela equipa de cientistas.
Esta é já a nona espécie de dinossauro batizada pelo paleontólogo, responsável pelo Museu da Lourinhã e investigador da Universidade Nova de Lisboa.