Saúde

Obstetrícia: Reino Unido testa tecnologia portuguesa

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Um programa informático desenvolvido por portugueses que alerta para a baixa oxigenação fetal durante o parto – e que já é usado em vários países – vai, a partir desta quinta-feira, ser testado em cerca de oito mil grávidas no Reino Unido. Trata-se de um estudo de grande dimensão que será decisivo para a valiação do sistema, avança a agência Lusa.

O sistema, designado de Omniview-SisPorto, único a nível mundial, efetua uma análise computadorizada dos sinais fetais habitualmente monitorizados durante o trabalho de parto, detetando alterações associadas à baixa oxigenação fetal e avisando os profissionais de saúde através de alertas sonoros e visuais, emitidos em tempo real.

Esta tecnologia portuguesa – desenvolvida por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) – já está em utilização em vários hospitais nacionais e internacionais (Dinamarca, Holanda, Reino Unido, Suíça, França, Estónia e Israel).

Estudos anteriores demonstraram que os alertas do sistema preveem a totalidade das situações de baixa oxigenação fetal, com apenas seis por cento de falsos positivos.

“Embora esses estudos tenham demonstrado que o OmniView-SisPorto é um sistema com elevada precisão, os resultados do trabalho científico que se iniciou agora no Reino Unido, quer pela metodologia usada quer pela sua dimensão, resultarão na evidência científica mais forte e conclusiva até à data”, frisou o especialista em Obstetrícia citado pela Lusa.

Oito mil grávidas

“É um estudo que implica avaliar cerca de oito mil grávidas em trabalho de parto no Reino Unido, que pretende obter informação sobre a utilidade deste software, destes alertas, na utilização de rotina nas salas de trabalho de parto em todo o mundo. É uma avaliação decisiva para o sistema”, explicou hoje à Lusa Diogo Ayres de Campos, responsável pelo desenvolvimento do Omniview-SisPorto e investigador da FMUP.

O novo estudo deverá prolongar-se por “um ano ou dois” e envolve grávidas em trabalho de parto nos St. George’s Hospital – University of London, University Hospital of Wales – Cardiff e Ninewells Hospital – University of Dundee.

De uma forma aleatória, as grávidas participantes vão ser seleccionadas para serem acompanhadas – ou não – durante o parto, pelo sistema informático português. O estudo permitirá comparar os indicadores de saúde obtidos nos dois grupos, com o intuito de verificar se o número de incidentes causados por baixa oxigenação fetal é menor (e em que proporção) nas parturientes que usufruíram do OmniView SisPorto.

Baixa oxigenação fetal

A privação de oxigénio durante o parto pode causar lesões irreversíveis no bebé ou, mesmo, levar à sua morte. No Reino Unido demonstrou-se que 50 por cento desses casos se devem a uma identificação tardia do problema pelos profissionais de saúde.

[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]

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