Um simulador de treinos de obstetrícia desenvolvido por uma equipa do Instituto de Engenharia Biomédica do Porto (INEB) acaba de ser apresentado num congresso mundial e está já a ser comercializado pela empresa canadiana CAE Healthcare.
Um simulador de treinos de obstetrícia desenvolvido por uma equipa do Instituto de Engenharia Biomédica do Porto (INEB) acaba de ser apresentado num congresso mundial de simulação médica que decorreu em s. Francisco, nos EUA, e está já a ser comercializado pela empresa canadiana CAE Healthcare, produtora dos simuladores de voo da Boeing e da Airbus.
O projeto portuense resultou de uma parceria com esta companhia do Canadá, uma parceria que tem já alguns anos e que tem trazido retorno financeiro à investigação nacional, contou esta segunda-feira à Lusa uma fonte do Instituto.
De acordo com Diogo Ayres de Campos, coordenador da equipa do INEB, com a apresentação pública do simulador, que aconteceu nos EUA, o sistema passou a estar comercialmente disponível, constituindo-se como mais “um exemplo da capacidade de conhecimento entre a academia portuguesa e a indústria do setor”.
Trata-se de um equipamento “constituído por manequins interativos, incluindo parturiente e feto com simulação da passagem através do canal de parto, da respiração e voz maternas, bem como dos sinais vitais da mãe e do feto”, explicou Diogo Ayres de Campos. “Os equipamentos médicos de monitorização são integrados no simulador para aumentar o realismo do treino”, acrescentou.
Segundo o investigador e professor da Faculdade de Medicina do Porto, este simulador tem como objetivo a “formação avançada de equipas hospitalares na resposta a complicações agudas da gravidez e do parto”.
“A raridade de algumas destas complicações dificulta a acumulação de experiência na sua resolução, sendo necessário recorrer ao treino regular com simuladores para manter uma capacidade de resposta otimizada”, justificou.
Diogo Ayres de Campos revelou que a CAE Healthcare “tem financiado a investigação necessária ao desenvolvimento do software” e que, com a venda do equipamento, o contrato estabelecido “prevê um pagamento pelos
direitos de propriedade intelectual”.
direitos de propriedade intelectual”.
O responsável sublinhou ainda que a responsabilidade dos portugueses passou pelo “desenvolvimento do software do simulador”, pelo “desenho dos cenários médicos de treino” e por “toda a validação clínica do equipamento”, ao passo que os canadianos tiveram a seu cargo a produção do manequim e, agora, a comercialização do simulador.