O Telescópio Espacial Hubble abriu uma janela sem precedentes para a compreensão do Cosmos e para a contemplação da sua beleza, através das suas imagens fascinantes. Aqui fica uma seleção de 10 imagens obtidas por este instrumento.
Desde que, em 1609, Galileu Galilei observou a Lua através da sua luneta, os telescópios tornaram-se uma das ferramentas mais importantes no estudo do Universo. Um destes instrumentos, em particular, abriu uma janela sem precedentes para a compreensão do Cosmos e para a contemplação da sua beleza, através das suas imagens fascinantes – o Telescópio Espacial Hubble.
por João Retrê – Astrofísico
Lançado para o espaço em 24 de Abril de 1990, a bordo da nave espacial Discovery, o Telescópio Espacial Hubble celebra no próximo mês o seu vigésimo quarto aniversário. Este instrumento científico de sucesso, resultado de um esforço conjunto entre a NASA e a ESA, deu início a uma nova etapa na astronomia que revolucionou a visão humana do Universo.
A capacidade do Hubble de mostrar o Universo com um detalhe sem precedentes, permitiu aos astrónomos confirmar diversas teorias, transformando a forma como compreendemos o Cosmos. Com o auxílio deste telescópio, foram realizadas diversas descobertas que levaram à publicação de mais de 10 mil artigos científicos.
Entre os resultados alcançados estão, por exemplo, a descoberta da existência de uma força misteriosa que faz com que a expansão do Universo seja acelerada (energia escura), ou a determinação mais precisa da idade do Universo para uma idade compreendida entre os 13 e os 14 mil milhões de anos, (anteriormente compreendida entre os 10 e os 20 mil milhões de anos).
Na sua jornada de quase 24 anos, em que nos elucidou acerca dos segredos que o Universo esconde, o Hubble revelou-nos também, através das centenas de milhares de imagens que obteve, a beleza que se encontra presente por todo o Cosmos. Aqui ficam 10 exemplos de imagens fabulosas obtidas com o Hubble.
1- Esculturas Estelares
Região de formação estelar na Nebulosa da Quilha, localizada a 7500 anos-luz da Terra. Os ventos estelares e a radiação altamente energética provenientes de estrelas recém-nascidas, muito quentes e de grande massa, esculpem a nebulosa dando origem à estrutura em forma de pilar, com cerca de 3 anos-luz de extensão, que pode ser observada na imagem.
Créditos: NASA, ESA, M. Livio e Hubble 20th Anniversary Team (STScI)
2- Um “Anjo” Cósmico
Nesta imagem, obtida pelo Telescópio Espacial Hubble, podemos ver a região de formação estelar Sh 2-106, localizada na constelação do Cisne, a 3300 anos-luz de distância. No centro da imagem, encontra-se uma estrela recém-formada envolta em poeira, designada por S106 IR. A forte atividade desta estrela, faz com que a nuvem de gás circundante adquira uma forma que se assemelha à de um “anjo”. A radiação intensa da S106 IR ioniza o hidrogénio fazendo-o brilhar – cor azul na imagem, as “asas do anjo”.
Créditos: NASA e ESA
3- Torre da Águia
Esta imagem, mostra uma “torre” de gás frio e poeira numa região de formação estelar chamada de Nebulosa da Águia, localizada a 7000 anos-luz de distância. Esta estrutura tem 9.5 anos-luz de extensão, o que equivale, aproximadamente, a duas vezes a distância do Sol à estrela mais próxima – Próxima do Centauro.
Créditos: NASA, ESA, e The Hubble Heritage Team STScI/AURA)
4- Nebulosa do Caranguejo
A Nebulosa do Caranguejo é o remanescente de uma explosão de supernova. Localizada a cerca de 6000 anos-luz de distância, e observada pela primeira vez em 1054, esta nebulosa contém uma estrela de neutrões perto do seu centro, que gira cerca de 30 vezes por segundo em torno do seu eixo.
Créditos: NASA, ESA e Allison Loll/Jeff Hester (Arizona State University). Agradecimento: Davide De Martin (ESA/Hubble)
5- Galáxia Sombreiro
Esta galáxia, localizada a 28 milhões de anos-luz da Terra é chamada de Sombreiro devido à sua aparência semelhante ao chapéu mexicano. A Sombreiro é uma galáxia espiral e possui uma massa equivalente a 800 mil milhões de vezes a massa do Sol, sendo uma das maiores do enxame de galáxia da Virgem.
Créditos: NASA/ESA e The Hubble Heritage Team STScI/AURA)
6- Galáxias Antena
As Galáxias Antena são um par de galáxias espirais em colisão, distorcidas pelas forças gravitacionais na origem da sua interação. Localizadas a cerca de 70 milhões de anos-luz de distância, estas galáxias começaram a interagir há algumas centenas de milhões de anos.
Créditos: ESA/Hubble e NASA
7- Galáxias em Interação
Este é outro exemplo de um par de galáxias em interação, designado por Arp 273, localizado a 300 milhões de anos-luz de distância da Terra. Pensa-se que a galáxia mais pequena na imagem terá atravessado a maior e, no processo, ambas ficaram distorcidas devido à força gravitacional.
Créditos: NASA, ESA e The Hubble Heritage Team (STScI/AURA)
8- Nebulosa Cabeça do Cavalo
Localizada a cerca de 1500 anos-luz, na constelação de Orionte, esta nebulosa recebe o seu nome devido à forma parecida com a cabeça de um cavalo-marinho. Na imagem, é possível observar um fundo de estrelas da Via Láctea e galáxias distantes.
Créditos: NASA, ESA, e The Hubble Heritage Team (STScI/AURA)
9- Saturno e os seus Anéis
Nesta imagem de cores naturais, podemos ver o planeta Saturno com os seus anéis formados por pedaços de gelo e poeira. É possível observar-se um pequeno ponto preto no disco do planeta que corresponde à sombra projetada por uma das suas luas – Encélado, a sexta maior.
Créditos: Hubble Heritage Team (AURA/STScI/NASA/ESA)
10- Galáxia Cata-vento
Esta imagem sem precedentes é a mais detalhada alguma vez obtida com o Hubble, de uma galáxia espiral. A galáxia é designada por Cata-vento, encontra-se localizada a 23 milhões de anos-luz da Terra. A parte central da imagem mostra estrelas avermelhadas, mais velhas, enquanto os braços espirais contêm estrelas mais jovens, azuladas.
Créditos: ESA e NASA
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O Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa tem promovido ao longo dos anos, no Observatório Astronómico de Lisboa, atividades ligadas à astronomia e astrofísica como cursos, visitas, palestras e observações astronómicas para o público em geral e formação especializada para a comunidade académica.
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