Como alcançar os investidores estrangeiros. A maioria dos fundos de investimento que participarão no Web Summit investem raramente fora do seu mercado de origem durante as fases de pré-semente e semente. Os investidores de capital de risco estrangeiros tendem a investir em empresas portuguesas que já tenham beneficiado de investimento nacional nas fases de maior risco. Além da sustentabilidade do modelo de negócios, outros indicadores são utilizados na seleção dos melhores projetos. Estes indicadores são, por exemplo, volumes de vendas recorrentes no mercado nacional ou global, métricas de crescimento específicas para cada setor, potencial de internacionalização, composição e competências das equipas de gestão, e promotores com forte posição acionista.
Venture capital nacional. O Web Summit poderá contribuir para facilitar que os empreendedores apresentem os seus projetos a investidores nacionais. À semelhança do que sucede noutros países europeus, as startups portuguesas têm recorrido a capital nacional durante as fases de pré-semente e semente. As fases subsequentes de desenvolvimento podem ser acompanhadas por investidores estrangeiros, em regime de coinvestimento com os investidores iniciais ou em regime de investidores únicos. Estas fases, por vezes, são acompanhadas de uma maior internacionalização e até mesmo de migração das empresas para junto dos novos investidores. Os investidores nacionais são, desta forma, essenciais na fase a montante da entrada de investidores estrangeiros, ao realizarem investimentos nas fases mais arriscadas das empresas, permitindo desta forma minimizar riscos e ao mesmo tempo compatibilizar a empresa com a entrada de novos investidores.
Smart money. Durante o evento, os promotores nacionais poderão privilegiar, quando a escolha é possível, investidores que tenham “smart money” adaptado ao seu setor de atividade e modelo de negócios. Os investidores têm de ser capazes de demonstrar que podem acrescentar valor às empresas que vá além do capital investido. Investidores sofisticados empenham-se no desenvolvimento das startups, têm presença não executiva nos conselhos de administração, potenciam as startups através da disponibilização das suas redes de contactos nacionais e internacionais, utilizam as melhores práticas em termos de instrumentos de capitalização, sabem liderar coinvestimentos, e estruturam as suas posições de maneira equilibrada entre benefícios económicos e controlo sobre as decisões estratégicas das empresas.
Capacitação dos investidores nacionais. O ecossistema nacional ainda é diminuto em comparação com os seus concorrentes internacionais. As componentes de angel capital e sobretudo de venture capital não escapam a esta mesma constatação. A capacitação dos investidores dependerá de uma maior atuação do setor privado complementado com o setor público nas falhas de mercado. Nesse sentido, a Portugal Ventures tem investido e continuará a fazê-lo em startups numa fase em que o risco é avaliado como sendo demasiado elevado para os investidores privados. No que diz respeito a operadores privados, as novas linhas de financiamento público para business angels e fundos de capital-risco, lançadas nos últimos meses, deverão permitir que estes atinjam os volumes mínimos de investimento necessários para sustentar o crescimento do ecossistema português. O Web Summit será também uma oportunidade para os operadores nacionais estabelecerem parcerias com os seus homólogos estrangeiros.
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