Definição:
O Empreendedorismo normalmente está associado à criação de empresas ou de produtos novos e por norma exige inovação e capacidade para correr riscos. O empreendedorismo é sem dúvida o principal fator de promoção do desenvolvimento social e económico de um país. Uma pessoa empreendedora identifica oportunidades, “agarra-as” e angaria recursos para as transformar em negócios lucrativos. O empreendedor tem que ter gosto por assumir riscos e é importante que assuma um comportamento de empresário, que organiza, planeia e estuda por forma a ter uma atividade consistente e com sucesso.
O que é necessário fazer:
Para melhorar quer o posicionamento de Portugal quer a capacidade empreendedora dos Portugueses, temos que encarar os problemas de frente e corrigir a trajetória. Na minha opinião e ao contrário do que alguns afirmam, o empreendedorismo não se ensina, estimula-se, e resulta normalmente da satisfação de uma necessidade. As nossas Escolas e Universidades devem estimular uma atitude de empreendedor nos seus alunos, o que pode ser feito, por exemplo, com uma mudança radical no sistema de avaliação e progressão académica. Devem ser premiados e valorizados os alunos que apresentam projetos ou teses que, acrescentem valor à economia real, que apresentem ideias inovadoras sobre produtos, serviços ou processos que podem ser aplicadas na criação de uma nova empresa ou no crescimento de empresas. Ao contrário do sistema de avaliação e progressão atualmente existente que, assenta apenas em teses teóricas e papers sem qualquer resultado para o desenvolvimento económico do país.
Outro aspeto importante, e que é fundamental melhorar, é a forma como nós, Portugueses, lidamos com o insucesso. Existe nos Portugueses um medo enorme em falhar. Temos que encarar o insucesso e a falha como o resultado normal do processo de aprendizagem que leva ao sucesso. Como alguém disse um dia: “a via da sabedoria, a verdadeira via, é fácil de indicar: errar, errar e errar, cometer erros grandes e pequenos mas sempre menos”, não nos podemos esquecer que os empresários de sucesso de hoje passaram por diversos casos de insucesso no passado, no entanto, souberam aprender com os erros e com a sua persistência e resiliência, atingindo o sucesso. Quando em Portugal virmos empresas que, ao recrutarem pessoas para os seus quadros, coloquem como requisito essa pessoa ter falhado e possuir experiências anteriores de insucesso, então temos um indicador de que a mentalidade e a forma que temos de lidar e interpretar o insucesso está a mudar no sentido que o país necessita.
Gostava de terminar com uma mensagem de otimismo. Tenho a certeza de que os jovens portugueses de hoje são mais empreendedores do que os da geração anterior. Não que isso resulte de um investimento em políticas adequadas e motivadoras das atividades empreendedoras, mas sim em resultado das dificuldades pelas quais Portugal atravessou nos últimos anos e que levam a que os Jovens agucem o engenho para conseguirem satisfazer as suas necessidades de empregabilidade.
Vítor Barbosa
CEO Nautilus e Ergostart
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