Este sistema desenvolvido em Portugal permite monitorizar remotamente e em tempo real integridade de obras rodoviárias. O projeto foi criado por um grupo de investigadores do Instituto de Telecomunicações (IT), na Universidade de Aveiro, e poderia, p
Este sistema desenvolvido em Portugal permite monitorizar remotamente e em tempo real integridade de obras rodoviárias. O projeto foi criado por um grupo de investigadores do Instituto de Telecomunicações (IT), na Universidade de Aveiro, e poderia, por exemplo, ter evitado a tragédia de Entre-os-Rios. “Este sistema permite avaliar com antecedência se algo está a correr mal numa determinada infra-estrutura”, disse à Lusa o coordenador do projeto, Rogério Nogueira, adiantando que com esta solução teria sido possível evitar a tragédia provocada pela queda da ponte de Entre-os-rios, que roubou a vida a 59 pessoas, em 2001.
Utilizando a tecnologia de sensores de fibra óptica, o sistema prevê a colocação de vários sensores de deformação, aceleração e temperatura, em pontos críticos das estruturas a estudar, que comunicam dados para um sistema central.
“Desta forma, é possível analisar em tempo real a integridade da estrutura e disparar alarmes em situações de risco”, explicou o investigador, adiantando que o sistema é desenhado à medida de cada estrutura rodoviária e é alimentado com energia solar.
Segundo Rogério Nogueira, este sistema apresenta várias vantagens relativamente à forma tradicional de inspecção de uma obra de arte, que é a ida de um técnico ao local, periodicamente, para avaliar a estrutura.
“Neste caso, temos um processo que monitoriza todos os dias e envia os dados remotamente. Basta um sistema central que pode monitorizar várias obras de arte em simultâneo”, explica.
O investigador acrescenta que o sistema desenvolvido no IT pode também ser usado em obras de antigas e servir também para monitorizar edifícios, por exemplo, por causa da questão das derrocadas.
Projeto em testes piloto na A17
“Já fizemos um trabalho numa igreja centenária da Misericórdia de Aveiro para registar a evolução das deformações num conjunto de pontos seleccionados do arco-cruzeiro da Igreja”, adiantou.
Esta solução foi desenvolvida através de uma parceria com a empresa JustBit e em colaboração com a Estradas de Portugal. O sistema que está em fase de protótipo, vai começar a ser testado num viaduto na A17.
“Os sensores já estão instalados e o sistema vai começar a operar na próxima semana”, adiantou Rogério Nogueira, acrescentando que, posteriormente, a solução será testada em outros cenários.