Um engenheiro mecânico da Universidade de Évora concebeu e construiu um novo protótipo de veículo elétrico citadino, que no seu design incorpora características de automóvel e scooter. Mas a tradição alentejana é também invocada neste veículo, através do uso da cortiça no interior.
O projeto de Ricardo Melro, licenciado pelo Instituto Superior Técnico (IST) e com mestrado em Gestão pela UÉvora, foi concebido para um concurso de ideias da universidade alentejana. Mesmo não tendo ganho, o português, também autor do projeto do carro super desportivo português, VINCI GT, decidiu avançar com a ideia.
“Lembrei-me de tirar o projeto da gaveta e convidar alguns alunos do curso de Mecatrónica da universidade para participar”, contou à agência Lusa. O trabalho decorreu numa oficina nas traseiras da sua casa em Évora, onde está sediada a empresa que criou, a Merula: “Dobrar tubos, soldar chapa, pintar, arranjar os bancos e montar os motores, foi tudo feito aqui, desde o final de fevereiro”.
Em termos práticos, o veículo tem duas rodas dianteiras e uma traseira, onde está alojado o motor elétrico, com uma autonomia estimada de 100 quilómetros. Segundo Ricardo Melro, trata-se de “um conceito novo, que parte do princípio de que um utilizador”, no trânsito, “precisa de algo parecido com uma mota. Terá que ser um veículo estreito, mas, se tiver que conduzir um passageiro atrás, convém que este esteja confortável”.
Por isso, esta viatura, que até possui cobertura e bagageira e que pode ser “carregada em qualquer tomada”, poderá funcionar como um táxi executivo no futuro, uma vez que também garante a segurança de ambos os utilizadores, com cintos para o condutor e passageiro.
Este é um dos projetos que a UÉvora vai apresentar na feira Portugal Tecnológico, que decorre na FIL, em Lisboa, a partir de quarta-feira e até domingo.