110 anos depois da sua criação, o Museu Nacional dos Coches renasce mas continua perto Tejo, na área das antigas Oficinas Gerais do Exército. O novo edifício, inaugurado sábado passado, já recebeu cerca de 20 mil visitantes.
110 anos depois da sua criação, o Museu Nacional dos Coches renasce mas continua perto Tejo, na área das antigas Oficinas Gerais do Exército. O novo edifício, inaugurado sábado passado, já recebeu cerca de 20 mil visitantes.
O primeiro Museu dos Coches abriu em 1905 por iniciativa da rainha D. Amélia, ocupando a área do Picadeiro Real para albergar a primeira coleção de 29 coches pertencentes à coroa. A obra da nova 'casa dos coches reais' está pronta desde 2012 mas só agora abre as portas ocupando uma área de 15 mil metros quadrados. O Picadeiro Real mantém-se visitável como núcleo expositivo do Museu.
Apesar da polémica gerada em torno dos custos da sua construção, adjudicada ainda pelo governo de José Sócrates como forma de executar as contrapartidas do Casino de Lisboa, os portugueses aderiram em massa à inauguração: só no primeiro fim de semana, o novo museu recebeu quase 20 mil visitantes, diz uma nota de imprensa da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
O Coche dos Oceanos é uma das estrelas da coleção. Este carro fazia parte do conjunto de cinco coches temáticos e dez de acompanhamento que integraram o cortejo da Embaixada ao Papa Clemente XI, enviada a Roma pelo rei D. João V em 1716.
Reunindo uma coleção única no mundo de viaturas de gala e de passeio dos séculos XVI a XIX, na sua maioria provenientes da Casa Real Portuguesa, a que se acrescentaram veículos vindos dos bens da Igreja e de coleções particulares.
O Museu Nacional dos Coches apresenta um conjunto que permite ao visitante a compreensão da evolução técnica e artística dos meios de transporte de tração animal, utilizados pelas cortes europeias até ao aparecimento do automóvel.
À inauguração acorreram muitas personalidades entre as quais as primeiras figuras do estado, o Presidente da República, a Presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro e diversos ministros. Entre os convidados de honra estiveram também, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina e vários vereadores.
16 núcleos temáticos
Na cerimónia de inauguração, a diretora do museu, Silvana Bessone, relembrou a história daquele espaço museu, e a necessidade de ampliação de espaço expositivo à medida que o acervo ia crescendo, processo que deu origem à construção do novo edifício da autoria do arquiteto brasileiro, Paulo Mendes da Rocha, que apresentou o projeto em 2006, e o lançamento da primeira pedra em 2010.
“Hoje, 110 anos depois, a coleção está finalmente exposta segundo critérios museológicos que permitem uma boa leitura das peças e a sua apresentação cronológica através de 16 núcleos temáticos”, disse a diretora do museu, citada num comunicado da Câmara de Lisboa.
Os bilhetes de entrada no novo edifício são de 6 euros mantendo-se os descontos habituais. No Picadeiro Real (antigo edifício) a entrada custa 4 euros. O bilhete conjunto (2 edifícios) é de 8 euros. No primeiro domingo de cada mês, como nos outros museus da DGPC, a entrada é livre.