O método usado combina o estudo do ADN com o estudo cardiológico por imagem. Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação Portuguesa de Cardiologia, Manuel Carrageta, explicou que os investigadores “utilizam o estudo de ADN para detetar a presença de mutações genéticas que causem doenças cardíacas hereditárias” e que estão “presentes em jovens que muitas vezes praticam desporto”.
“A este estudo genético sofisticado associam técnicas de imagem avançadas, como a ressonância magnética cardíaca e a tomografia axial computorizada multicortes, com o objetivo de otimizar a capacidade de diagnóstico e, deste modo, detetar precocemente a presença de doença cardíaca hereditária, como as miocardiopatias e as doenças do sistema elétrico cardíaco”, adiantou o especialista.
Segundo a agência Efe, o diagnóstico baseia-se na análise simultânea de 72 genes de doenças relacionadas com a morte súbita. Os peritos da unidade de diagnóstico cardiológico avançado “Coração em ON” acreditam poder, assim, detetar o risco de morte súbita antes da manifestação dos primeiros sintomas.
Metade das patologias cardíacas é de origem genética e constituem a maior parte dos casos de morte súbita em menores de 35 anos. Esta disfunção corresponde a 20% de todas as mortes nos países desenvolvidos, com uma incidência de cerca de uma por 1.000 habitantes/ano.
Dois terços dos casos são provocados pela doença coronária, segundo dados da Fundação Portuguesa de Cardiologia.
A morte súbita, que em Portugal mata mais de 20 pessoas por dia, é ainda responsável por 95% da mortalidade pré-hospitalar das doenças cardíacas. A situação apenas pode ser revertida pela aplicação imediata de um choque elétrico (desfibrilhação elétrica).
[Notícia sugerida pela utilizadora Patrícia Guedes]