Uma investigadora da Universidade do Minho está a trabalhar no aperfeiçoamento de uma nanopartícula capaz de controlar a libertação de fármacos para o tratamento de cancro e das doenças inflamatórias crónicas.
Uma investigadora da Universidade do Minho está a trabalhar no aperfeiçoamento de uma nanopartícula capaz de controlar a libertação de fármacos para o tratamento do cancro e das doenças inflamatórias crónicas, direcionando-os apenas para as células doentes sem prejudicar as saudáveis.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, Eugénia Nogueira, responsável pelo trabalho de investigação, explica que “a libertação direcionada e seletiva de substâncias terapêuticas para combater determinadas células é muito vantajosa, uma vez que exige menor dosagem do fármaco, não afeta as células saudáveis e reduz os efeitos secundários”.
A investigadora, doutoranda em Biologia Molecular e Ambiental, conseguiu caraterizar um método inovador que permite colocar ácido fólico à superfície de lipossomas – as nanopartículas em estudo. Este ácido, reconhecido pelo seu recetor, existe apenas à superfície das células do cancro e dos macrófagos ativados (células que intervêm na defesa do organismo contra infeções).
“Sabendo que estas células do sistema imunológico são, por exemplo, as principais intervenientes na artrite reumatóide, foi possível delinear uma terapia direcionada e específica para atuar contra esta doença, que atinge 50 milhões de pessoas e é altamente incapacitante no seu estado avançado”, esclarece Eugénia Nogueira.
O trabalho da portuguesa insere-se no projeto europeu Nanofol, cujo objetivo é o desenvolvimento de métodos de diagnóstico e/ou terapêutica capazes de proporcionar tratamentos para as doenças inflamatórias crónicas mais eficazes do que os já existentes.
Eugénia Nogueira, de 29 anos, é natural de Barcelos e licenciada em Bioquímica pela Universidade do Porto (2007), onde efetuou posteriormente o mestrado. Frequenta, desde 2009, o doutoramento na Universidade do Minho Minho, sob orientação dos professores Ana Preto (Departamento de Biologia) e Artur Cavaco-Paulo (Departamento de Engenharia Biológica).
Atualmente, a sua investigação está focada, na sua maioria, no desenvolvimento e otimização de lipossomas como sistemas direcionados para a libertação de agentes terapêuticos.