O novo implante, desenvolvido na Austrália, é minimamente invasivo e poderá permitir que pessoas com paralisia controlem cadeiras de rodas, exoesqueletos e próteses com o cérebro, trazendo a estes pacientes uma autonomia sem precedentes.
O novo implante, desenvolvido na Austrália, é minimamente invasivo e poderá permitir que pessoas com paralisia controlem cadeiras de rodas, exoesqueletos e próteses com o cérebro, trazendo a estes pacientes uma autonomia sem precedentes.
O sistema consiste num elétrodo (batizado de “stentrode”) que se implanta numa veia junto ao cérebro e que regista a atividade neuronal que dá ao corpo ordens para mover os membros.
O novo sistema tem o tamanho de um clip e vai ser implantado pela primeira vez em humanos, no Hospital Royal Melbourne, Austrália, em 2017.
A investigação realizada em torno do novo sistema foi publicada, em Fevereiro, na revista Nature Biotechnology e prova que o aparelho é capaz de registar sinais emitidos pelo córtex cerebral, sem que para isso seja necessário fazer uma cirurgia com o cérebro aberto.
Thomas Oxley, neurologista da Universidade de Melbourne e principal investigador do “tentrode”, afirma que esta é uma solução ?revolucionária?. No total, a equipa contou com a participação de 39 especialistas de várias áreas.
“Este sistema, implantado numa veia junto ao cérebro, é minimamente invasivo e evita os riscos das cirurgias ao cérebro exigindo apenas um simples procedimento que não requer internamento”, diz Oxley.
“Através deste aparelho queremos restaurar a mobilidade de pacientes com paralisia total, registando a atividade cerebral que dá ordens de movimento e convertendo estas ordens em sinais elétricos que podem comandar, por exemplo, um exoesqueleto”, explica o neurocientista. “Trata-se na realidade de uma medula espinal biónica”, sublinha.
A equipa explica que este sistema pode ser usado para mover cadeiras de rodas, exoesqueletos e próteses, sistemas que normalmente são manipulados de forma mecânica ou manual. Os investigadores de Melbourne comparam o sistema aos já habituais pacemaker – aparelhos eletrónicos implantados em pessoas com problemas cardíacos que ajudam a estimular o funcionamento do coração.
Nos testes em humanos, que deverão arrancar em 2017, os cientistas esperam conseguir que os três pacientes selecionados consigam controlar diretamente o seu exoesqueleto, alcançando uma autonomia sem precedentes.
As lesões na espinal medula ou a falta de mobilidade resultante de acidentes vasculares cerebrais (AVC) afetam uma em cada 50 pessoas em todo o mundo.