Segundo um comunicado do Hospital Geral de Massachusetts (EUA), este dispositivo é utilizado juntamente com um smartphone e funciona através de uma tecnologia semelhante à que se utiliza na criação de hologramas – registando imagens em camadas. O objetivo é obter várias imagens microscópicas detalhadas da composição molecular de células e tecidos.
Apesar da grande maioria das pessoas ter acesso a um smartphone, o D3 apenas pode ser utilizado por profissionais médicos, sendo o seu uso ao público em geral.
Cesar Castro, um dos autores do projeto, acredita que o dispositivo desenvolvido “fornece recursos essenciais a um baixo custo extraordinários”, acrescentando, ainda, que este processo de diagnosticar cancro “pode ser essencial para a escolha da terapia mais adequada”.
O D3 faz um diagnóstico digital através de um módulo de imagem com uma luz LED e é alimentado por uma bateria que encaixa no smartphone, gravando os dados das imagens em alta resolução através da sua câmara.
Com um campo de visão muito maior que a microscopia tradicional, o novo dispositivo consegue, de uma só vez, obter e gravar dados de mais de 100.000 células, a partir de uma única amostra de sangue ou tecido.
Para a análise molecular, as amostras de sangue ou tecido são marcadas com micro-esferas (imagem acima) que se ligam às células cancerígenas mas não aderem às células saudáveis. Desta forma, a imagem obtida consegue interpretar, em apenas uma hora, se a amostra é de alto risco, baixo risco ou benigna.
Passado minutos ou horas, os resultados obtidos pelo D3 podem ser reenviados para um médico especialista, o que significa que esta invenção pode trazer consigo o fim das longas esperas (dias, semanas ou meses) experimentadas pelos pacientes.
Os investigadores realizaram um teste piloto no qual analisaram biópsias de 25 mulheres que apresentavam anomalias detetadas pelo exame Papanicolaou. Utilizou-se, então, o D3 para fazer a análise e verificou-se que o nível de diagnóstico do novo dispositivo é tão eficaz como os outros métodos atuais. Para além disso, o D3 conseguiu também diagnosticar linfomas, com precisão.
Ralph weissleder, diretor do Centro onde se realizou o estudo, espera que “o novo dispositivo melhore a amplitude e profundidade de rastreio do cancro, de uma forma viável e sustentável”.
O responsável assegura, também, que se deve aproveitar a crescente penetração da tecnologia em todo o mundo, para implementar o D3 e “ajudar a compensar os atrasos causados pelos serviços limitados em algumas regiões”.
Os investigadores garantem que o D3 é uma tecnologia de fácil entrega, baixo custo e rigoroso na hora de diagnosticar bastando apenas mais alguns testes para garantir a sua total eficácia.
Notícia sugerida por Maria da Luz