Uma nova investigação publicada na revista científica The Lancet volta a confirmar que uma pequena dose de aspirina por dia pode prevenir ou até ajudar a tratar alguns tipos e cancro.
Uma nova investigação publicada na revista científica The Lancet volta a confirmar que uma pequena dose de aspirina por dia pode prevenir ou até ajudar a tratar alguns tipos e cancro.
Peter Rothwell, da Universidade de Oxford, fez com a sua equipa um dos primeiros estudos a ligar a aspirina a um risco mais reduzido de cancro, particularmente no intestino. Agora, o seu trabalho mais recente indica que, ao contrário do que pensavam, o efeito de proteção do medicamento pode ocorrer num tempo mais reduzido: de 10 anos passou para três a cinco anos.
A investigação envolveu a análise de dados de 51 estudos sobre mais de 77 mil pacientes. Os exames tinham como objetivo comparar os pacientes que tomavam aspirina para prevenir doenças cardíacas com aqueles que não tomavam.
A comparação dos estudos confirmou que a aspirina pode diminuir o risco de cancro, revelando ainda que este medicamento parece também impedir que a doença se espalhe pelo corpo.
A equipa de Rothwell verificou que o consumo de uma dose baixa (75 a 300 mg) de aspirina parecia reduzir o número total de cancros para cerca de um quarto, num período de três anos: houve nove casos de cancro em cada mil pacientes por ano no grupo que consumia aspirina, enquanto que no grupo que consumia um placebo a proporção foi de 12 pacientes com cancro para cada mil.
O medicamento também reduziu o risco de morte por cancro em 15% num período de cinco anos, percentagem que subiu para 37% após cinco anos.
Além disso, a probabilidade da doença se espalhar para outras partes do corpo – através de metástase -, foi reduzido até 50% em alguns casos.
Já em Outubro do ano passado, a The Lancet tinha publicado um estudo segundo o qual a ingestão regular de aspirina pode contribuir para reduzir em cerca de metade o risco de desenvolver cancros hereditários, especialmente o cancro do cólon e o cancro do colo do útero.
No entanto, alguns especialistas ressalvam que não há provas suficientes para recomendar o consumo diário de aspirina para prevenir doenças cancerosas e advertem que a droga pode provocar efeitos colaterais perigosos, nomeadamente sangramentos estomacais.
Clique AQUI para aceder ao último estudo sobre este tema publicado na revista The Lancet.
[Notícia sugerida por Vítor Caixeiro, Patrícia Guedes, Patrícia André, Sofia Baptista, Maria Manuela Mendes e Elsa Martins]