Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveu um dispositivo térmico inovador, eficaz na proteção dos agentes em situações extremas no combate às chamas.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveu um dispositivo térmico inovador, eficaz na proteção dos agentes em situações extremas no combate às chamas. Criado a pensar nos bombeiros e nos perigos a que se sujeitam, o novo equipamento pode ainda ser usado em viaturas que sejam diretamente atingidas por frentes de fogo.
Baseada em comportamentos de meios porosos, a cobertura térmica desenvolvida surge como resultado de vários anos de investigação e, em termos estruturais, assemelha-se a uma capa laminada de conceção simples.
A mesma pode ser usada para proteção de viaturas que fiquem expostas e sujeitas a ser diretamente atingidas por frentes de chamas ou, em alternativa, pode vir a ser utilizada para a conceção de abrigos que assegurem a segurança dos agentes envolvidos no combate às chamas.
Depois de vários ensaios, primeiro em laboratório e, posteriormente, no terreno, com simulações de situações reais, os autores da nova capa revelam, em comunicado enviado ao Boas Notícias, que a mesma se revelou “muito eficaz no contacto direto com as chamas”.
A título de exemplo é dada a conhecer uma viatura que, depois de exposta a uma situação de 'burn over', não sofreu qualquer estrago. A capa não só conseguiu “proteger integralmente o veículo durante o tempo de residência das chamas, como também garantiu uma temperatura tolerável no seu interior”.
Tendo em conta a “imprevisibilidade do comportamento dos fogos, que quase todos os anos e em todo o mundo, originam acidentes fatais, esta tecnologia revela-se bastante promissora para a segurança dos bombeiros, em condições extremas de combate às chamas”, refere Rui Figueiredo, coordenador da equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra.
“A proteção desenvolvida é bastante leve, tem uma espessura de alguns milímetros, é de instalação simples e exige um consumo reduzido de água”, acrescenta o responsável, segundo o qual, o passo seguinte, agora que o conceito já foi testado e comprovado, é “pensar na arquitetura mais adequada para o desenvolvimento do equipamento”.
“Há que apostar num sistema auto insuflável, à semelhança do que acontece com os meios de salvação que equipam as embarcações como, por exemplo, os coletes ou balsas salva-vidas”, explica. Os investigadores contam, no entanto, com a colaboração da indústria para que a conceção de um protótipo esteja pronta dentro de dois anos e, numa fase subsequente, chegue ao mercado.
Notícia sugerida por Maria Pandina e Maria da Luz