Uma equipa da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, acredita ter descoberto uma cura para a malária que exigirá apenas uma dose de um novo fármaco.
Uma equipa da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, acredita ter descoberto uma cura para a malária que exigirá apenas uma dose de um novo fármaco. O composto, da classe dos aminopiridinos, foi desenvolvido pelos investigadores ao longo de vários anos de trabalho.
O anúncio foi feito esta semana durante uma conferência de imprensa na universidade por Kelly Chibale, coordenador da investigação, que desvendou que, ao contrário dos tratamentos convencionais, que combinam múltiplas substâncias e que o parasita já consegue combater, a nova droga, testada durante 18 meses, é capaz “de matar instantaneamente os parasitas resistentes”.
Além disso, os testes efetuados com animais mostraram que é segura e eficaz, não causando, também, quaisquer efeitos secundários. Graças aos bons resultados, a equipa prevê dar início aos ensaios clínicos com humanos no final de 2013.
Os investigadores consideram que a descoberta poderá salvar milhões de vidas no continente africano, ajudando a evitar, pelo menos, 24% das mortes de crianças na África subsariana, muito fustigada pela doença.
“A droga que desenvolvemos foi testada em animais e constatámos que apenas uma dose, administrada oralmente, foi suficiente por curar por completo os que se encontravam infetados com os parasitas da malária”, revelou Chibale.
O “super comprimido” tem, portanto, potencial para curar milhões de pessoas anualmente e salvar, por ano, as vidas de mais de um milhão de pessoas em todo o mundo. Em complemento, esta possível cura poderá também permitir aos sistemas de saúde dos países em desenvolvimento uma enorme poupança de dinheiro e recursos, abrindo espaço a investigações noutras áreas.
Governo sul-africano congratulou-se com a descoberta
“Este é um dia de muito orgulho para a ciência africana e os cientistas africanos. A nossa equipa tem esperança que este composto saia dos testes que vamos efetuar com o estatuto de terapia eficaz para a malária”, concluiu o especialista.
A descoberta já foi saudada pela ministra sul-africana da Ciência e da Tecnologia, Naledi Pandor. “É uma demonstração poderosa do que pode ser alcançado por cientistas com a mente aberta que se juntam pelo bem da humanidade”, afirmou, acrescentando que o mundo está perante “uma vitória significativa na batalha para aliviar o fardo desta doença em África”.
“É evidente que a guerra contra a doença não está, para já, ganha, mas estou entusiasmado com o papel que os nossos excelentes cientistas desempenharam ao encontrar uma cura potencial de dose única para a malária e, possivelmente, ao prevenir a sua transmissão”, concluiu.
Clique AQUI para aceder ao comunicado da Universidade da Cidade do Cabo (em inglês).