“O que nós descobrimos foi uma maneira muito simples muito barata e muito fácil de determinar o estado dos espermatozóides que se usam para procriação medicamente assistida”, revelou o investigador João Ramalho Santos, à agência Lusa.
“É só uma técnica de microscopia muito simples que qualquer miúdo do ensino secundário provavelmente já fez. A questão é que nunca se tinha pensado em fazer isto para avaliar a qualidade dos espermatozóides, nomeadamente o estado do seu DNA”, acrescentou.
Assim, o inovador procedimento pode ser realizado em qualquer laboratório que tenha um equipamento básico, para determinar a reprodutibilidade da amostra.
Este é um avanço importante em termos científicos, já que todas as soluções existentes atualmente são pouco fiáveis ou demasiado dispendiosas.
O estudo foi desenvolvido nos últimos dois anos no Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC em conjunto com o Serviço de Reprodução Humana dos Hospitais da UC e com outros três centros de Vila Nova de Gaia, Porto e França. O sucesso da técnica é reforçado por outra descoberta da equipa de João Ramalho Santos, que possibilita uma maior sobrevivência dos espermatozóides (duas semanas), que assim podem ser estudados durante mais tempo.
Estes avanços asseguram “à volta de 30 por cento mais de capacidade de prever o sucesso da reprodução assistida” e podem ser aplicados “na clínica do dia-a-dia”, refere João Ramalho Santos.