Uma equipa de investigadores da Case Western Reserve University (CWRU), nos EUA, desenvolveu uma prótese que permite que pessoas amputadas sintam o toque.
Uma equipa de investigadores da Case Western Reserve University (CWRU), nos EUA, desenvolveu uma prótese que permite que pessoas amputadas sintam o toque. A invenção foi divulgada na revista científica Science Translation Medicine, na passada quarta-feira.
Num vídeo divulgado pela CWRU, Igor Spectic, amputado há quatro anos depois de um acidente, aparece com uma prótese que envia sinais elétricos para o cérebro que o fazem reagir quando algo lhe passa pela mão.
Os nervos utilizados para transmitir o tato para o cérebro são estimulados por pontos de contacto nos punhos que circundam ligações nervosas do braço.
A equipa de investigadores colocou três conjuntos de elétrodos no braço dos pacientes, fazendo com que estes sintam em 19 pontos distintos. O sistema reativa as áreas do cérebro que produzem a sensação de toque e que se perdem quando os membros são amputados.
Inicialmente, Igor Spectic teve uma sensação de formigueiro, que acabou por ser corrigida pelos responsáveis através de algoritmos que convertem a entrada de sensores junto ao seu braço. Um dos sonhos de Igor, é “voltar a sentir a mão da mulher e estar de mãos dadas com ela”, diz o paciente num vídeo divulgado pela CWRU.
Segundo a CWRU, a nova prótese não faz com que se sinta os objetos, mas com que se reaja a determinados estímulos. Quando se passa uma bola de algodão pela mão, os pêlos do braço sobem.
Igor Spectic, para além dos efeitos da prótese, deixou de sentir a “dor fantasma” comum em pessoas amputadas, que lhes faz ter a sensação de que o membro ainda lá está.
“O nosso objetivo não é apenas restaurar a função [do tato], mas a construição de uma nova ligação para o mundo. Esta restauração da sensação crónica faz-se por vários pontos ao longo da mão”, explicou Dustin Tyler, professor de engenharia biomédica e diretor da pesquisa.