A chegada a Marte está prevista para Outubro de 2016. O objetivo é “cheirar” a atmosfera marciana, procurando vestígios de metano o que seria um indicador da atividade de processos biológicos ou geológicos no planeta – ou seja, uma prova da existência de vida.
Entrada em Marte a 21.000 km/h
A nave, operada pela Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) em conjunto com a agência russa Roscosmos, é composta por duas componentes principais: a sonda Trace Gas Orbiter e o módulo Schiaparelli.
“A sonda Orbiter vai desempenhar observações detalhadas [e] remotas da atmosfera marciana, procurando evidências de gases com potencial importância biológica, tais como o metano”, escreve a ESA em comunicado.
Os instrumentos científicos que equipam a sonda vão investigar a eventual localização e a natureza das fontes que produzem esses gases.
A missão conta com participação da empresa portuguesa Active Space Technologies. “A Active Space Technologies esteve envolvida no projecto térmico do lander que suportou os estudos para a comparação e escolha entre os locais de aterragem possíveis”, revela a empresa em comunicado. A AST também vai participar na missão de 2018, que inclui o rover.
O módulo Schiaparelli vai ejetar-se da Orbiter três dias antes desta alcançar a atmosfera de Marte, e irá entrar na atmosfera marciana a uma velocidade de 21 mil km/h.
Segue-se uma manobra de aerofrenagem – uma manobra espacial de travagem que reduz o ponto alto de uma órbita elíptica – que, em conjunto com um pára-quedas, vai ajudar a desacelerar o Schiaparelli. A travagem será auxiliada por um sistema de propulsores antes de, finalmente, aterrar na superfície do planeta.
O módulo estará em contacto com a sonda Orbiter desde o processo de acostamento até à aterragem – após a qual as comunicações (envio e receção de dados) passam a ser garantidas pelo Mars Express e pelo NASA Relay Orbiter.
Os especialistas andam cada vez mais convencidos da existência de vida no Planeta Vermelho, sobretudo depois dos resultados robô “Curiosity”, da NASA, que em 2015 encontrou vestígios de água perto da superfície de Marte.