A espécie é rara – consta que existem apenas 260 a 330 indivíduos – e a sua fisionomia é muito peculiar: as suas narinas são viradas para cima, o que lhe valeu o nome “mey nowoah”, ou seja, “macaco com uma cara virada para cima”. A descoberta realizada no na Birmânia foi relatada na revista American Journal of Primatology.
O macaco Rhinopithecus strykeri foi encontrado no início deste ano, no âmbito de uma expedição do Programa de Conservação de Primatas na Birmânia, liderada pelo biólogo Ngwe Lwin, da Associação birmanesa de Conservação da Natureza e Biodiversidade e apoiada pela Fauna & Flora International e a Fundação People Resources and Biodiversity.
Descrito como tendo o pêlo quase totalmente preto e uma cauda relativamente longa, com aproximadamente 140% do tamanho do seu corpo, o macaco é facilmente identificado pelas populações locais, que afirmam ser muito fácil encontrá-lo em dias chuvosos, porque o animal espirra quando apanha água no nariz.
Assim, para evitar molharem as suas narinas, os macacos sentam-se com as cabelas protegidas entre as pernas e passam os meses de verão, entre maio e outubro, a altitudes mais elevadas, nas florestas temperadas mistas. No inverno descem para mais perto das povoações, quando a neve torna a procura de alimento mais difícil.
“É absolutamente excecional descobrir uma nova espécie de primata”, comentou Frank Momberg, coordenador Fauna & Flora International para a Ásia-Pacífico, à BBC. “Com este macaco, a Birmânia tem agora 15 espécies de primatas, o que sublinha a importância da conservação da biodiversidade na Birmânia”.
[Notícia sugerida pela utilizadora Raquel Baêta]