Saúde

Nova descoberta portuguesa contra cancro da bexiga

Um grupo de cientistas portugueses descobriu o mecanismo que pode conduzir ao desenvolvimento de cancro da bexiga em consequência da infeção schistosomose, uma das mais graves infeções parasitárias do mundo.
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Um grupo de cientistas portugueses descobriu o mecanismo que pode conduzir ao desenvolvimento de cancro da bexiga em consequência da infeção schistosomose, uma das mais graves infeções parasitárias do mundo.

Os investigadores apontam agora a possibilidade de utilizar um biomarcador para detetar a molécula responsável e tentar bloquear o surgimento da doença.
 

Este tipo de infeção existe de forma endémica em países africanos e é transmitida através de banhos em cursos de água contaminados, nomeadamente no Egito, sendo que os casos do problema podem chegar a Portugal através dos imigrantes ou dos turistas.
 
Nos países onde a infeção parasitária, que infeta 200 milhões de pessoas em 75 países e mata meio milhão por ano, é endémica, o cancro da bexiga é a forma mais comum de doença oncológica, o que explica a importância da investigação.
 
Em declarações à Lusa, Mónica Botelho, investigadora que liderou o projeto explicou que “são moléculas estrogénicas, que não o estradiol, que permitem o desenvolvimento do parasita no hospedeiro” (o doente).

Bloquear o mecanismo que desencadeia o cancro
 

Através deste trabalho, publicado na revista especializada australiana International Journal for Parasitology, os cientistas, que já sabem que o parasita está associado desenvolvimento ao cancro da bexiga em consequência das infeções, poderão apontar explicações quanto ao mecanismo que causa este processo e tentar bloqueá-lo.
 
“Agora podemos usar estas moléculas [estrogénicas] como biomarcadores e se for detetado na urina dos doentes o parasita schistosoma haematobium podemos tentar perceber se vão adquirir cancro mais facilmente”, apontou a especialista do Departamento de Promoção da Saúde do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, no Porto. 
 
“Temos um biomarcador e podemos tentar bloquear esta molécula e impedir o desenvolvimento do parasita, temos forma de identificar doentes que podem, ou não, desenvolver a doença de uma forma mais agressiva”, resumiu a investigadora. 
 
Atualmente, estas moléculas são detetadas na urina por meio de um método de análise muito dispendioso mas, de acordo com Mónica Botelho, “se as empresas farmacêuticas se interessarem por este assunto, dentro de pouco tempo podemos ter outra forma, mais barata e eficiente”. 
 
A investigação foi desenvolvida em parceria com o Departamento de Parasitologia do Instituto Ricardo Jorge e a Faculdade de Ciências, ambos no Porto, com a Universidade George Washington, nos EUA, e a Clínica Sagrada Esperança, em Luanda.

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