O ataque a uma enzima fundamental e ao seu funcionamento metabólico poderá ser a chave para o desenvolvimento de um fármaco mais eficaz para o tratamento do cancro do pulmão, concluiu um novo estudo norte-americano.
O ataque a uma enzima fundamental e ao seu funcionamento metabólico poderá ser a chave para o desenvolvimento de um fármaco mais eficaz para o tratamento do cancro do pulmão, concluiu um novo estudo norte-americano.
Para suprir as necessidades crescentes de energia que alimentam o seu crescimento excessivo e a sua sobrevivência, as células cancerígenas passam por alterações metabólicas, normalmente desencadeadas por duas enzimas mitocondriais, a carboxilase pirúvica (PC) e a glutaminase.
Cientistas do Centro Oncológico Markey da Universidade de Kentucky, nos EUA, analisaram recentemente os dados metabólicos de mais de 120 pacientes com cancro do pulmão em fase inicial com vista a medir a atividade destas duas enzimas e concluíram que a expressão da enzima PC pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da doença.
De acordo com o estudo publicado este mês na revista científica Journal of Clinical Investigation, a equipa conseguiu, através da utilização de ferramentas de genética molecular, reduzir a quantidade de carboxilase pirúvica nas células pulmonares humanas.
Os investigadores, coordenados por Teresa Fan, Andrew Lane e Richard Higashi, observaram, em consequência, uma diminuição do crescimento celular, a degradação da capacidade de formar colónias de bactérias e novas células e uma menor taxa de crescimento tumoral em ratinhos.
Além disso, a redução da quantidade da enzima desencadeou, também, mudanças no metabolismo central das células, o que indica que a PC contribui para a reprogramação metabólica registada nos estágios mais precoces do cancro pulmonar.
“Agora sabemos muito mais sobre a reprogramação metabólica dos tecidos cancerígenos em pacientes humanos e, particularmente, que a ativação da carboxilase pirúvica é importante para o crescimento das células do cancro do pulmão e para a sua sobrevivência”, afirma Teresa Fan, uma das responsáveis pela investigação, em comunicado.
De acordo com a investigadora, “em última instância, descobrir como 'atacar' esta enzima pode ajudar os cientistas a desenvolver estratégias terapêuticas novas e mais eficazes para a melhoria dos atuais tratamentos para o cancro do pulmão, que são limitados e prejudiciais [à saúde]”.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz