Geralmente, a cirurgia é tão complicada que só pode operar-se um pé de cada vez, para que o paciente não fique sem andar. Além disso, a operação exige anestesia geral e, quem é submetido a ela, fica impossibilitado de calçar sapatos normais por mais de um ano.
Porém, todo este cenário pode estar prestes a mudar. Joel Vernois, especialista do Sussex Orthopaedic NHS Treatment Centre, no Reino Unido, concebeu um procedimento pouco invasivo que combina os princípios básicos da cirurgia tradicional aos joanetes com métodos inovadores e que promete resolver o problema em meia hora.
Um procedimento pouco invasivo
O novo procedimento, feito sob anestesia local, consiste na realização de pequenas incisões – de apenas três milímetros – à volta do dedo grande do pé. Para isso, são utilizados instrumentos originalmente desenvolvidos para cirurgias à cabeça, ao rosto e ao pescoço – instrumentos muito finos, que rodam a alta velocidade para fazer cortes precisos e de dimensões reduzidas.
Depois, introduz-se no pé uma pequena broca e procede-se ao corte do primeiro metatarso – o osso que liga o dedo grande ao calcanhar. Posteriormente, o cirurgião utiliza um fio para recolocar o dedo grande do pé na posição correta, fixa-o com parafusos especialmente desenhados para não causarem dor, e remove o fio. Todo o processo é guiado por meio de raio-X, para que seja sempre possível ver o que se passa no interior do pé.
Apesar de esta ser uma cirurgia simples, Joel Vernois explicou ao Mail Online que “é muito importante que seja efetuada por um especialista que tenha grande experiência nas técnicas utilizadas nas cirurgias invasivas aos joanetes, visto que estas são a base do procedimento”.
Os métodos alternativos têm estado em “stand-by” durante algum tempo, uma vez que muitos cirurgiões ortopédicos apresentavam reservas por acreditarem que não preveniam o reaparecimento dos joanetes.
No entanto, Joel Vernois garante que esta técnica pioneira é superior à oferecida no passado. “Baseamo-nos na cirurgia tradicional, mas utilizamos uma nova tecnologia para efetuar o procedimento da forma menos invasiva possível. Assim, conseguimos manter a anatomia e a mecânica do pé e alcançar uma boa recuperação”, conclui.