Um jovem de 19 anos salvou mais de 55 crianças durante o sismo que, na semana passada, deixou um rasto de destruição e morte no Nepal. Assim que a terra começou a tremer, Ishwor Ghimire reagiu de imediato.
Um jovem de 19 anos salvou mais de 55 crianças durante o sismo que, na semana passada, deixou um rasto de destruição e morte no Nepal. Assim que a terra começou a tremer, Ishwor Ghimire reagiu de imediato e levou mais de meia centena de meninos e meninas de um orfanato até um local seguro.
Embora o orfanato, onde Ishowr Ghimire viveu e cresceu e que se localiza em Katmandu, a capital do país, tenha ficado fortemente destruído, a intervenção rápida do jovem permitiu salvar dezenas de crianças com idades entre os 4 e os 16 anos, que encaminhou para um descampado e que, em muitos casos, ele próprio transportou ao colo.
“As crianças entraram em pânico e começaram a chorar e a gritar e eu disse a todos que tínhamos de sair do edifício”, recorda Ghimire numa entrevista exclusiva ao site Mic.com feita através do Facebook, onde o jovem partilhou várias fotografias das crianças, já em segurança.
Além dos meninos e meninas do orfanato, todos os funcionários sobreviveram à catástrofe. “Enquanto a terra ainda tremia, eu corria de um lado para o outro para tentar resgatar todas as crianças e colocá-las em segurança”, conta o jovem, que tem sido considerado um herói no meio da tragédia.
Inicialmente, e depois do primeiro abalo, crianças e adultos esconderam-se numa igreja, mas acabaram por se mudar para um abrigo improvisado, coberto de plástico e “construído” pelo próprio Ghimire. “É uma espécie de tenda, mas não chega para nos manter quentes”, confessa ao Mic.com.
Ghimire foi viver para o Nepal Deprived Women and Children Upliftment Center, o centro de abrigo para crianças abandonadas onde estava no momento do sismo, quando tinha apenas quatro anos e, com o tempo, acabou por se tornar uma espécie de irmão mais velho para os jovens órfãos.
Em 2013, este herói nepalês ganhou uma bolsa de estudo para uma escola na Austrália e, neste momento, prepara-se já para ir para a Universidade.
Entretanto, os responsáveis do orfanato estão a tentar reerguê-lo, mas há um longo caminho a percorrer. “As crianças ainda não voltaram a estudar porque o edifício está muito danificado e é demasiado perigoso”, justifica Ghimire.