A NASA revelou ter descoberto novas e fortes evidências de que o planeta mais próximo do nosso Sol abriga depósitos maciços de gelo.
Há vários anos que os cientistas especulam sobre a existência de água congelada e outros materiais interessantes em Mercúrio. Agora, a NASA revelou ter descoberto novas e fortes evidências de que o planeta mais próximo do nosso Sol abriga, de facto, depósitos maciços de gelo.
Em comunicado, a agência espacial norte-americana explica que, em 1991, a teoria da existência de água em estado sólido em Mercúrio ganhou força quando um poderoso telescópio astronómico colocado em Porto Rico detetou marcas brilhantes nos polos do planeta, em particular em crateras causadas por grandes impactos, que provocavam reflexos.
Pela primeira vez, novos dados recolhidos pela sonda Messenger, que chegou a Mercúrio em 2011, confirmaram, recentemente, que as referidas marcas estavam todas nas regiões mais frias e sombrias do planeta, dando suporte à teoria de que podem ser vestígios de gelo.
Apesar de a maior parte da superfície de Mercúrio ter temperaturas extremamente elevadas, o seu eixo de rotação é quase paralelo ao Sol, pelo que os polos nunca são atingidos pelo calor intenso dos raios solares. O próximo passo dos investigadores será fazer, com estas informações, um modelo detalhado do que acontece naqueles locais misteriosos.
“Os novos dados indicam que, se fosse espalhada por uma área do tamanho de Washington DC, a água congelada nas regiões polares de Mercúrio teria mais de 3,2 quilómetros de espessura”, afirma David Lawrence, um dos investigadores envolvidos na missão da NASA destinada ao estudo de Mercúrio, ilustrando a ideia de que se trata de uma enorme quantidade de gelo.
A sonda analisou também as concentrações de hidrogénio como forma de determinar a presença de água – composta por hidrogénio e oxigénio. Os investigadores constataram que, nas regiões mais frias do planeta, a água se encontrava na superfície, mas nos locais ligeiramente mais quentes, onde o gelo pode ter derretido, estava coberta com um material escuro com uma concentração menor de hidrogénio.
Segundo a equipa, esta matéria escura, que serve como elemento isolador, poderá ser a chave para explicar o surgimento da água no planeta. De acordo com David Paige, outro dos cientistas envolvidos na missão, o material em causa deverá ser uma mistura de compostos orgânicos complexos “levados a Mercúrio pelo impacto de cometas e asteróides voláteis”.
Estes cometas e asteróides, acrescentou, serão “os mesmos objetos que “provavelmente levaram água ao recôndito planeta”.
Clique AQUI para aceder à investigação publicada na revista científica Science Express (em inglês).