Depois de um ano em órbita, a sonda espacial Messenger, da NASA, trouxe indícios da existência de água gelada nos pólos de Mercúrio.
Depois de um ano em órbita, a sonda espacial Messenger, da NASA, trouxe uma novidade aos amantes e curiosos da astronomia: indícios da existência de água gelada nos pólos de Mercúrio, o mais pequeno planeta do sistema solar onde as temperaturas máximas ultrapassam os 400ºC.
Ao longo de 12 meses, o equipamento capturou cerca de 100.000 imagens e forneceu dados que revelaram muitas informações novas sobre o planeta, incluindo a sua topografia, a estrutura do seu núcleo e as áreas de sombra permanente situadas nos pólos, que acolhem os misteriosos depósitos polares.
Embora a teoria não seja definitiva, Nancy L. Chabot, investigadora da Johns Hopkins University e uma das cientistas envolvidas nos estudos, explica que “as imagens mostram que todos os elementos brilhantes perto do pólo sul de Mercúrio estão localizados em áreas de sombra permanente. Perto do pólo norte, esses depósitos também foram observados apenas nas regiões que se encontram à sobra, resultados que são consistentes com a hipótese da água gelada”.
No entanto, alguns dos depósitos estão localizados em crateras com ambientes desafiantes a nível térmico que podem contrariar esta hipótese. Além disso, segundo Chabot, para que este material brilhante seja realmente água gelada é necessário que exista uma fina camada de isolamento para manter os pólos mais frios do que a restante superfície, camada que ainda não é conhecida.
Futuramente, com o cruzamento de mais dados, os cientistas esperam obter um “retrato” mais completo da natureza destes depósitos brilhantes. Segundo comunicado da NASA, o segundo ano da missão da Messenger irá trabalhar sobre estes e outros resultados, não se tratando de uma mera continuação das pesquisas já realizadas mas sim de um complemento, que se focará noutros elementos do planeta.
Mesmo que haja um muito trabalho pela frente, o principal investigador da missão, parte da equipa da Carnegie Institution of Washington, mostrou-se satisfeito com os resultados obtidos até ao momento. “O primeiro ano de observações feitas por esta sonda revelou muitas surpresas”, salientou Sean C. Solomon.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]