A NASA acaba de anunciar novas descobertas feitas pelo robô 'Curiosity' que podem ser indícios da existência de vida em Marte.
A NASA acaba de anunciar novas descobertas feitas pelo robô 'Curiosity' que podem ser indícios da existência de vida em Marte. O aparelho detetou, na atmosfera do planeta vermelho, quantidades flutuantes de gás metano e, pela primeira vez, encontrou moléculas orgânicas marcianas, sinais que estão a aumentar as expetativas dos cientistas.
Em Marte e, em particular, na região da cratera Gale, que está a ser explorada pelo robô, atualmente a subir o Monte Sharp – uma montanha localizada no centro da cratera -, a concentração de metano é muito baixa, em especial em comparação com a da Terra, explica a agência espacial norte-americana.
No entanto, durante um período de análise de dois meses, o 'Curiosity' detetou uma maior abundância de metano em determinados momentos, em certos casos até 10 vezes superior à habitual, por razões que, para já, são desconhecidas.
“A maior parte do metano na Terra é produzida biologicamente e a esperança tem sido a de que metano em Marte possa significar'vida em Marte”, afirma Chris Webster, investigador da NASA e principal autor de um estudo publicado, esta terça.feira, na revista científica Science a propósito das novas descobertas.
“Por enquanto, ainda não conseguimos, porém, compreender se os elevados níveis de metano que foram detetados são produzidos de forma geoquímica ou biológica”, acrescenta Webster, adiantando que a equipa acredita que estas 'explosões' inesperadas do gás estão a ser produzidas nas proximidades do local onde o robô está estacionado.
Em comunicado, a NASA revela que o 'Curiosity' detetou, também, pela primeira vez, químicos orgânicos em amostras de areia retiradas de uma rocha, batizada Cumberland, podendo estes materiais ter sido formados no próprio planeta ou levados até lá por meteoritos.
Em qualquer dos casos, estas moléculas orgânicas, que contém carbono e, habitualmente, hidrogénio, são consideradas “blocos de construção” químicos essenciais à existência de vida, embora possam ser detetados sem que esta exista de facto.
Segundo os cientistas, as amostras obtidas não permitem saber se Marte já terá acolhido vida microbiana, mas comprovam que o planeta está, no presente, ativo quimicamente e que, no passado, terá tido “condições favoráveis” à sua existência.
“Vamos continuar a trabalhar nos 'puzzles' que estas descobertas nos apresentaram”, assegura John Grotzinger, investigador da missão 'Curiosity' e do Caltech, Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA.
O próximo objetivo será entender “mais sobre a química ativa que causa as flutuações no metano existente na atmosfera” e encontrar “rochas onde materiais orgânicos identificáveis tenham sido preservados”, avança o especialista.
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado na Science (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz