A nanorobótica terá grande importância para a informática e para a electrónica, mas o seu «maior impacto será na biologia e na saúde», defendeu o cientista luso-americano Aristides Requicha numa conferência que decorreu quarta-feira no Instituto de S
A nanorobótica terá grande importância para a informática e para a electrónica, mas o seu «maior impacto será na biologia e na saúde», defendeu o cientista luso-americano Aristides Requicha numa conferência que decorreu quarta-feira no Instituto de Sistema de Robótica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Citado pela agência Lusa, o cientista disse acreditar que «a Internet se vai transformar num sistema gigante de robótica distribuída», e que além do acesso à informação também será possível «actuar no mundo físico e ver o que está a acontecer».
Mas «para se ter uma boa informação acerca do que acontece no mundo» serão necessários «sensores, motores e outras coisas, todas ligadas numa rede enorme». «Esses sensores terão de ser «muito pequenos – micro ou nano – para serem práticos».
A electrónica e a informática sofrerão portanto «alterações profundas», mas a sua influência será «ainda maior na biologia e na saúde», afirmou. Mas antes dessa transformação, defende, é necessário que «sejamos capazes de fazer células artificiais» o que levará ainda o seu tempo, embora «agora já se esteja numa fase de contacto íntimo entre células naturais e as artificiais».
A prioridade é então «perceber melhor o que está a biologia a fazer», disse Aristides Requicha, depois da conferência desta tarde no Instituto de Sistema de Robótica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
«Quando soubermos melhor o que está a acontecer, o que é uma célula está a dizer à outra ou porque é que uma célula resolve suicidar-se, ultrapassamos certos problemas». «Faltam ainda muitas descobertas», mas «estamos a dar passos animadores», afirmou o cientista.
«A questão da saúde» também será uma das preocupações do Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia (INL), em Braga, disse Aristides Requicha, membro do Conselho Científico desta instituição. Quando este Laboratório funcionar, terá cerca de trezentos investigadores de diversas nacionalidades e será «muito importante», conclui o cientista.
O INL foi inaugurado em julho do ano passado e espera-se que, brevemente, vários investigadores de diversas nacionalidades trabalhem em conjunto naquela instituição sediada em Braga.
O especialista de origem portuguesa, residente nos EUA desde a década de 1970, dirige actualmente o Laboratório de Robótica Molecular da Universidade de Southern Califórnia.