Esta sexta-feira à noite, olhe para o céu: vai haver "Lua azul". O raro fenómeno, que se carateriza pela existência de duas "Luas cheias" no mesmo mês e que tinha acontecido, pela última vez, em 2012, repete-se, três anos depois.
Esta sexta-feira à noite, olhe para o céu: vai haver “Lua azul”. O raro fenómeno, que se carateriza pela existência de duas “Luas cheias” no mesmo mês e que tinha acontecido, pela última vez, em 2012, repete-se, três anos depois, na derradeira noite de Julho.
Embora se trate de um fenómeno simples, que nada mais é, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) “do que uma lua cheia no céu”, a sua raridade torna-o especial. Desengane-se, porém, quem pensar que a Lua fica verdadeiramente azul: “o fenómeno não tem qualquer relação com mudanças de cor do satélite”, garante o OAL, em comunicado.
O observatório lisboeta explica que este nome foi dado ao evento “em função da raridade com que o ciclo lunar, cuja duração é de 29 dias e meio, ocorre, por completo, dentro de um único mês, possibilitando a aparição de dois períodos de Lua Cheia”. No mês de Julho, o primeiro ciclo aconteceu no dia 02 pelas 03.20h e a Lua azul ocorrerá “no dia 31 às 11.43h”.
De acordo com o OAL, a designação “Lua azul” remonta ao século XVI, quando alguns dos que observavam a Lua a olho nu achavam que essa era a sua cor. Discussões e estudos a respeito do assunto “mostraram que era um absurdo a Lua ser azul, o que associou o conceito de Lua azul ao significado de 'nunca'”.
“Com esse significado de algo muito raro, começou a dizer-se que a segunda Lua cheia de um mês era uma Lua Azul”, conta o observatório, acrescentando, no entanto, que, apesar de o fenómeno não ter relação com a coloração do satélite, “há registos na história de que a Lua realmente aparentou a cor azul” em determinados momentos.
Um deles foi em 1883, depois de uma explosão do vulcão Krakatoa, na Indonésia. Os gases em expansão na atmosfera fizeram com que a Lua, bem próxima do horizonte, adquirisse uma tonalidade azulada. O mesmo aconteceu, mais tarde, em 1983, “após a erupção do vulcão El Chichón no México”.
Segundo o OAL, há também relatos de luas azuis causadas pelas erupções dos vulcões do Monte Santa Helena nos Estados Unidos em 1980 e do Monte Pinatubo nas Filipinas em 1991.
Outro episódio ocorreu em 1951, quando um grande incêndio nas florestas do Oeste do Canadá lançou muitas partículas na atmosfera, criando os mesmos efeitos que os vulcões, embora estes apenas tenham sido visíveis na América do Norte.