Com uma história pioneira na área dos direitos dos animais, a Holanda reclama, nos dias de hoje, ser um país livre de cães rua. Um exemplo de sucesso que passa por políticas de adoção e esterilização, assistência médica animal e até uma força policia
Com uma história pioneira na área dos direitos dos animais, a Holanda reclama, nos dias de hoje, ser um país livre de cães rua. Um exemplo de sucesso que passa por políticas de adoção e esterilização, assistência médica animal e até uma força policial especial.
Segundo um artigo de Isabelle Sternheim, presidente da Animal Foundation Plataform (Holanda), a primeira agência de proteção dos direitos dos animais do país foi fundada em 1864 , em Haia, sendo que o primeiro canil nasceu em 1877. De acordo com o mesmo documento, a penalização dos maus tratos animais surgiu em 1886.
Uma longa história, portanto, na área da defesa dos animais. Hoje em dia, na Holanda, o abate de animais é totalmente proibido, à exceção de animais que estejam com doenças terminais ou dolorosas ou que tenham comportamento que ponham em risco outras pessoas ou animais. Em vez disso, os abrigos apostam na esterilização e nas políticas de adoção.
O sucesso holandês na proteção dos direitos de animais, sobretudo no que diz respeito aos cães, assenta em três políticas fundamentais: a recolha de animais e posterior incentivo à adoção, a aposta na esterilização ( através do método de Captura, Esterilização e Devolução, conhecido como método CED) como forma de controlo das populações e uma aposta na assistência médica e proteção policial.
30 ambulâncias
O mais surpreendente, para a realidade portuguesa, será a existência de 30 ambulâncias especializadas que todos os anos prestam assistência em cerca de 90.000 incidentes que envolvem animais. Desde 2011, existe também uma força policial especializada em assuntos animais.
Anualmente, cerca de 25.000 cães são recolhidos das ruas da Holanda. “São animais que foram abandonados ou que se perderam, mas 72 por cento regressam às suas famílias. Entre os animais que não são devolvidos, 90 por cento encontram uma nova casa” devido às políticas ativas dos abrigos que aplicam todos os esforços na adoção dos seus cães, explica a holandesa Sylvana Wenderhold, profissional na área da defesa dos animais, numa comunicação feita numa conferência australiana.
Sylvana, que já trabalhou em abrigos da Holanda, Canadá e Estados Unidos, salienta que a rígida legislação holandesa quando ao bem estar animal (que exige por exemplo que os donos passeiem sempre os seus cães com trelas e que os animais tenham acesso a passeios diários ao ar livre) leva a própria população a tratar os seus animais domésticos com responsabilidade pelo que a presença de amigos de quatro patas “é permitida em todas as casas e até noutros locais como nos centros de saúde”.
Notícia sugerida por Elsa Martins