O Museu de Angra do Heroísmo, nos Açores, está a realizar um curso gratuito que ensina a lavar roupa, estender ou organizar gavetas e roupeiros, entre outras tarefas.
Sair de casa dos pais é sinal de autonomia. Mas para os mais novos, a lida da casa pode ser um desafio. Para ajudar os jovens a viverem sozinhos com total independência, o Museu de Angra do Heroísmo, nos Açores, está a realizar um curso gratuito que ensina a lavar roupa, estender ou organizar gavetas e roupeiros, entre outras tarefas.
Estão a participar dez jovens, com idades próximas do ensino superior, “que se ausentam da casa dos pais para estudarem e sentem a necessidade de pelo menos saberem tratar da sua roupa, saberem sobreviver”, disse à Lusa Jorge Bruno, diretor do Museu de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Esta é já a segunda edição do curso de sobrevivência para jovens que o Museu promove este ano e que resultou do programa de dinamização da exposição “Aparência e quotidiano”, patente em Abril, que fazia uma leitura da evolução dos trajes e aparência ao longo dos séculos XIX e XX.
A seleção de programas e detergentes adequados à lavagem de determinadas peças à mão e à máquina, a rentabilização do estendal e a organização de gavetas e roupeiros são alguns dos conteúdos leccionados neste curso prático, “muito procurado por rapazes”.
“Procuramos transmitir alguns saberes como, por exemplo, preparar a roupa para a lavagem à mão ou à máquina, retirar nódoas, seleccionar os detergentes, depois programar a máquina para lavar roupa mais suja ou não”, referiu Jorge Bruno, que se mostra satisfeito com o sucesso que a iniciativa está a ter junto dos jovens da Terceira.
A formação, que decorre em parceira com uma empresa local de venda de electrodomésticos, está a cargo das técnicas do Museu de Angra e também dos vendedores das máquinas de lavar roupa.
“É uma ideia original, que surgiu no contexto daquela exposição, mas é possível, sempre que haja uma solicitação, um grupo que revele interesse em torno da realização de um 'workshop' dessa natureza, nós podemos reeditá-lo”, disse o diretor do museu, acrescentando que depois de duas edições não há, para já, mais nenhuma agendada.
Para Jorge Bruno “nos dias que correm os jovens têm de estar preparados para enfrentar as solicitações do dia a dia”, alegando que ao ficarem habilitados para este tipo de trabalho doméstico “conseguiram poupar algum dinheiro”.
A segunda edição do curso de sobrevivência para jovens termina no sábado, pelas 18:30.
Notícia sugerida por Elsa Fonseca