O museu está instalado no edifício do antigo quartel dos bombeiros da cidade e o seu espólio inclui jóias criadas entre os finais dos anos 1950 e a atualidade. Uma delas é a primeira peça de joalharia moderna criada em Portugal, um colar-gola de 1959.
Contudo, o objetivo do Museu Alberto Gordillo é estimular o desenvolvimento da indústria e realçar a sua importância como património cultural de uma nação.
“A joalharia contemporânea desviou-se das formas industriais para se afirmar como uma expressão de arte. O museu é mais um passo para a afirmação dessa expressão de arte”, explicou à agência Lusa aquele que é considerado o pioneiro da joalharia moderna portuguesa.
Neste sentido, o museu viverá não só das exposições, mas também da realização de oficinas de joalharia e concursos para jovens criadores. Será também estabelecido um centro de documentação com mais de mil publicações sobre Alberto Gordillo e a sua arte, entre artigos de jornais e revistas, catálogos e livros.
Alberto Gordillo nasceu em Moura em 1943, mas foi em Lisboa que começou a aprender ourivesaria tradicional na oficina de um familiar, tendo inaugurado depois uma ourivesaria “extravagante” para a época, utilizando novos materiais.
“A jóia contemporânea não vive de valor material, mas de valor artístico”. Pode, por isso, “ser feita com pedras da rua, com metais preciosos ou parafusos”, contou o artista à Lusa, esclarecendo que as suas peças “são como um espetáculo” para exibição e “não para usar” como um adereço.
Além de jóias artísticas, Alberto Gordillo criou protótipos para fábricas de ourivesaria, a partir dos quais foram reproduzidas milhares de peças.
O joalheiro criou também jóias de alta joalharia, como o colar-teia com 300 gramas de platina e 150 brilhantes, que foi exibido e vendido na Bolsa de Diamantes de Londres, um dos mais importantes mercados joalheiros do mundo.
[Notícia sugerida pelo utilizador Vítor Fernandes]