“Cremos que é o final de uma história feliz”, dizem os diretores deste Festival Internacional de Cinema de Terror, referindo-se à vinda de George A. Romero a Portugal, ao cabo de cinco anos de convites sucessivos, para apresentar “Survival of the Death” – o último capítulo da sua “série dos mortos” – e orientar uma masterclass aberta ao público, durante o fim de semana.
O realizador, considerado o “pai” do género zombie, será homenageado com o ciclo “Culto dos Mestres Vivos”, inteiramente dedicado à sua obra e particularmente a que não é tão familiar do grande público, como “The Crazies” (1973) e “Monkey Shines” (1988).
Seleção internacional: Principais destaques
Um final menos feliz têm as personagens apresentadas nos filmes da secção principal “Serviço de Quarto”. As produções britânicas encontram-se, aqui, em grande evidência, com “Cherry Tree Lane”, “F” e “Tony”, três longas-metragens em que o terror “parte do sistema de classes daquele país”.
A Tailândia tem, também, uma representação significativa nesta edição do MOTELx, através dos filmes “Phobia 2” – cujo capítulo inicial foi apresentado na edição anterior do festival -, “Slice” e “Meat Grinder”.
“The Life and Death of a Porno Gang” é um título que, por si só, tem tudo para ser um fenómeno; a produção da Sérvia, do realizador Mladen Djordjevic, tem atraído grande parte das atenções nos circuitos por onde tem passado e o MOTELx incluiu-a também na sua programação que, ao todo, é composta por 50 filmes.
Japão, país dos grandes mestres do cinema de terror
Quanto à secção “Japão Retro”, a organização do festival sublinha que os apoios da Embaixada do Japão e da Japan Foundation permitiram uma programação “mais ambiciosa”. Os filmes – “Jigoku” (1960), “Onibaba” (1964) e “House” (1977) – foram escolhidos pela diversidade de estilos narrativos e estéticos que representam e, por isso, não se limitam a seguir um fio condutor.
Para “estimular a produção de cinema de terror em Portugal”, o prémio monetário para a melhor curta-metragem portuguesa foi aumentado: aos dois mil euros habitualmente contemplados, acrescem cinco mil euros em serviços de pós-produção na Media Recording. A seleção é surpreendentemente eclética, desde trabalhos de animação (“Bats in the Belfry”) e em stop-motion (“Those Happy Days”) a co-produções com Espanha e Alemanha (“O Tempo é um Caracol com Asas”).
O realizador José Nascimento, o crítico de cinema e escritor José Matos Cruz e o especialista em cinema de terror Alan Jones compõem o júri que irá avaliar as 12 curtas-metragens portuguesas em competição.
O MOTELx deste ano arranca com o thriller policiar de Tiago Guedes e Frederico Serra, em estreia absoluta na Sala 1 do Cinema São Jorge, dia 29 de Setembro, às 21h45.
A obra é uma co-produção portuguesa entre a RTP e a David & Golias, por ocasião das comemorações do Centenário da República Portuguesa que tem por base os acontecimentos ocorridos a 19 de Outubro de 1921.
Nesta trágica noite na história portuguesa, uma “camioneta fantasma”, transportando uma milícia de marinheiros e guardas republicanos, percorreu Lisboa, prendendo e assassinando várias figuras políticas e militares nas quais se incluíam os heróis da Revolução de 1910, Machado Santos e Carlos da Maia.