O presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) confirmou à Lusa que tem “havido uma redução de cerca de 1% por cento ao ano” desta doença, um valor “muito significativo”. O mesmo especialista alerta que apesar de a situação ter vindo a melhorar em Portugal, “continuamos a ter uma incidência muito alta, a mais alta da União Europeia”.
Como razões para esta melhoria, Manuel Carrageta aponta o “maior controlo da hipertensão arterial, uma ação muito meritória dos médicos de família” e a redução do consumo de sal para o qual contribuiu a legislação que obrigou à diminuição deste condimento no pão, “uma medida de grande alcance na saúde pública”.
“Até há pouco tempo, um em cada quatro portugueses morria de AVC. Neste momento é um em cada cinco, mas ainda é um número muito elevado”, realçou.
Para o presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, os portugueses estão mais atentos: “Hoje as pessoas falam mais, sabem o que é o AVC e temem-no porque continua a ser a primeira causa de morte e de incapacidade em Portugal”, apesar de “haver progressos na taxa de mortalidade”.
Castro Lopes adiantou que, apesar de ser uma doença “prevenível”, continua a ter um “peso muito grande”: “Além da taxa de mortalidade, sabemos que ao fim do primeiro mês cerca de 20% dos doentes falecem e ao fim de um ano 30% dos sobreviventes ainda podem morrer”.
Por outro lado, acrescentou, cerca de metade dos que sofrem um AVC ficam com alguma incapacidade para as atividades da vida diária. E a recuperação destes doentes tem de ser assegurada: “A recuperação não é uma esmola que se dê a um doente, é um direito que o doente tem para toda a vida”.
Castro Lopes salientou que “hábitos de vida modificados contribuem extraordinariamente para prevenir um AVC e não custa nada ao Estado e aos doentes”.
Na quinta-feira assinala-se o Dia Nacional do Doente com AVC.