Ciência

Mochila ajuda cegos a praticar desporto

Dar às pessoas invisuais uma maior mobilidade e autonomia em algumas práticas desportivas é o objetivo principal da mochila com sensores que foi desenvolvida pelo professor Pedro Araújo do Departamento de Informática da Universidade da Beira Interior
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Dar às pessoas invisuais uma maior mobilidade e autonomia em algumas práticas desportivas é o objetivo principal da mochila com sensores que foi desenvolvida pelo professor Pedro Araújo do Departamento de Informática da Universidade da Beira Interior (UBI).

Pedro Araújo explicou ao Jornal do Fundão que há vários “sistemas que ajudam os invisuais no seu dia-a-dia mas na prática desportiva – que pode ser aqui encarada como forma de integração na sociedade e também como forma de permitir a que essas pessoas sejam capazes de certas acções – não há grande resposta”.

Apoiado por alguns alunos, Pedro Araújo propôs-se a desenvolver um protótipo capaz de dar autonomia a pessoas invisuais na área do desporto. “Pensámos no atletismo por ser uma modalidade algo simples, quer nas estruturas onde se pratica, quer até no próprio desporto e nos movimentos que implica”, descreve.

Habitualmente, a corrida é uma modalidade que os invisuais praticam com a ajuda de um guia. Para que possa existir uma total autonomia do atleta invisual, Pedro Araújo desenvolveu um sistema eletrónico composto por diversos sensores que detetam a presença de obstáculos nas imediações do corpo do atleta.

Todo o conjunto está integrado numa pequena mochila “que o atleta coloca, ajustando os diversos sensores ao seu gosto”. Ao correr numa pista de atletismo, “o aparelho orienta-se pelos painéis publicitários que são colocados em redor das pistas de atletismo, e assim consegue ter um ponto de referência”, adianta o professor.

Com o utilizador a correr numa mesma pista, “caso se aproxime de uma outra pessoa, ou de algum obstáculo, os sensores detectam a presença de algo estranho na rota do corredor e avisam-no”.

Outro dos pontos inovadores desta solução desenvolvida totalmente por este investigador da UBI, é que a mesma “permite saber a localização desse suposto obstáculo, para que o atleta invisual saiba para que lado se deve dirigir”. Pequenos sistemas de vibração semelhantes aos que são instalados nos telemóveis, “podem dizer ao invisual que à sua frente está alguém, ou algum obstáculo, ou ao seu lado direito e então tem de ser desviar para a esquerda, ou vice-versa”, remata.

Todo o sistema é completamente adaptável a diferentes utilizadores e não requer nenhuma adaptação especial das pistas onde poderá ser utilizado. O docente da UBI esclarece, todavia, “que este sistema é ainda um protótipo”.

[Notícia sugerida pelo utilizador Rui Silva]

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