Uma equipa de especialistas indianos conseguiu reduzir drasticamente a tensão arterial de ratinhos, recorrendo apenas a uma mistura de várias especiarias.
Uma equipa de especialistas indianos conseguiu reduzir drasticamente a tensão arterial de ratinhos, recorrendo apenas a uma mistura de várias especiarias. A descoberta traz a esperança de um novo medicamento mais natural e económico.
Thanikachalam, o cardiologista que conduziu a pesquisa, afirma que a sua equipa recorreu a uma mistura de gengibre, cardamomo, cominhos e pimenta – ingredientes muito comuns na cozinha indiana.
“Verificámos alterações tremendamente positivas nos ratinhos que sofriam de alta tensão arterial”, disse Thanikachalam à agência de notícias AFP. O especialista é chefe do departamento de cardiologia Universidade Sri Ramachandra, na cidade de Chennai.
“A mistura foi muito eficaz em reduzir a pressão sanguínea e em baixar o stress oxidativo dos animais”, acrescenta o especialista.
As especiarias foram também bem-sucedidas em reduzir a hipertensão renovascular, uma forma secundária de tensão sanguínea causada pelo estreitamento das artérias dos rins.
Esta não é a primeira vez que se associa o consumo de especiarias à recuperação de problemas associados à tensão arterial. Já em 2011, um grupo de investigadores divulgou um estudo que prova que o açafrão-da-terra pode ajudar a regenerar as células cerebrais após um AVC.
Thanikachalam afirma que esta combinação testada pela equipa vem referida em várias fontes da literatura ancestral Indiana. “Tem sido passada de geração em geração mas ainda não tinha sido testada cientificamente”, afirmou.
O próximo passo dos investigadores e realizar novas testes em animais para depois passar aos testes em humanos e confirmar se esta combinação de especiarias poderá de facto ser comercializada. “O nosso objetivo é criar um tratamento que seja eficaz e económico”, afirmou.
A hipertensão é o principal fator de risco das mortes e de incapacidades associadas a problemas cardiovasculares. Em Portugal, existem cerca de dois milhões de hipertensos.
Os resultados deste estudo foram publicados na edição de junho do jornal Experimental Biology and Medicine.