Considerando que onze anos “é tempo suficiente para que se crie um organismo que investigue, equacione e promova o mirandês”, Júlio Meirinhos acrescentou que “há membros do Governo que têm informação precisa e capacidade politica de tomar decisões em relação ao futuro da língua mirandesa, enquanto, por outro lado, há empresas como a EDP ou a REN, empenhadas em apoiar todo o processo”.
Os vários linguistas contactados pela agência Lusa concordam também com a ideia de que a criação do Instituto ou Fundação da Língua Mirandesa é um passo que faz sentido, desde que se baseie “na existência de um organismo com personalidade jurídica e autonomia e com capacidade de servir como interlocutor na defesa dos direitos da língua mirandesa”.
Júlio Meirinhos recordou ainda que “a criação de uma lei que reconhecesse o mirandês como língua oficial era considerada uma iniciativa condenada ao fracasso. Embora todo o processo fosse tido como inconstitucional, a Lei do Mirandês acabou por ser aprovada por unanimidade”.
Na próxima sexta-feira assinala-se, pela primeira vez, o Dia da Língua Mirandesa, uma iniciativa promovida pela Câmara de Miranda do Douro e que conta com presença de linguistas, estudiosos e falantes do mirandês.