16 jovens portugueses receberam, esta quarta-feira, em Vieira do Minho, os seus diplomas de formação profissional depois de terem frequentado cursos na área da agricultura promovidos pela Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.
16 jovens portugueses receberam, esta quarta-feira, em Vieira do Minho, os seus diplomas de formação profissional depois de terem frequentado cursos na área da agricultura promovidos pela Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal (Confagri). O sucesso destes novos agricultores é um exemplo de que a aposta no sector primário pode ser uma boa forma de fintar a crise.
Entre os “diplomados” há estudantes, licenciados e profissionais de várias áreas, que vão desde a gestão, música, educação à engenharia e até carpinteiros e eletricistas. Em comum têm a juventude: o mais velho do grupo tem apenas 38 anos.
Carla Pacheco, de 36 anos, professora sem colocação, é uma das jovens que decidiu não baixar os braços e apostar na criação de porco bísaro, uma atividade que, agora, lhe garantiu um diploma de formação profissional que lhe confere o título de jovem agricultora.
“Não gostei muito de ouvir os conselhos que deram aos professores não colocados para emigrarem para os países lusófonos e decidi dedicar-me aos animais, aproveitando até o facto de o meu marido ser um agricultor de gema”, contou em entrevista à agência Lusa.
De acordo com Carla Pacheco, o seu objetivo é ficar no país e criar emprego para si e para outros, embora admita que continua a ambicionar uma oportunidade no ensino, visto que, mesmo sendo licenciada em Educação de Infância e mestre em Educação Especial não conseguiu, pelo segundo ano consecutivo, ser colocada.
No futuro, caso consiga uma hipótese na área em que se formou, promete que vai dividir-se entre o ensino e a criação de porcos. “Apaixonei-me por isto, consigo encontrar nos animais a sinceridade que não encontramos nas pessoas”, salientou.
Rejuvenescimento da agricultura merece elogios
Outro jovem que hoje recebeu o seu diploma de agricultor foi Educardo Carvalho, de 22 anos, licenciado em Música e professor da disciplina que decidiu enveredar pela criação de bovinos de raça minhota, aproveitando a ajuda e a experiência dos pais na atividade. “Digamos que vejo nisto um segundo emprego, a pensar no futuro”, explicou à Lusa.
Atualmente, o docente tem ao seu cuidado 22 animais e está até disposto a dar-lhes música para produzir uma melhor carne. “Dizem que para o leite a música funciona, quem sabe se também poderá funcionar para a qualidade da carne?”, questionou, em tom de brincadeira.
Citado pela Lusa, Manuel dos Santos Gomes, presidente da Confagri, enalteceu esta aposta no rejuvenescimento da agricultura portuguesa, lembrando que, neste momento, Portugal é o país da União Europeia cujo sector agrícola está mais envelhecido.
Segundo dados revelados pelo responsável, quase 50% dos agricultores portugueses têm mais de 65 anos e apenas 2,5% têm menos de 35.