Após um período de maior pessimismo, os povos de 17 países europeus mostram uma evolução favorável no sentimento de otimismo quanto à situação nacional, de acordo com o Observador Cetelem Consumo 2018. E este ano, atinge mesmo um valor positivo face aos últimos anos – 5,2 pontos de média, mais 0,3 que no passado e mais 0,4 face a 2016. Os portugueses seguem a tendência, após um período de forte depressão. Assim, este ano atingem os 5,4, valor acima da média europeia, mais 0,8 pontos que no ano passado e já muito distante dos 3,5 pontos registados em 2016.
Já os Millennials nacionais avaliam a situação nacional em 5,2, valor um pouco inferior ao registo nacional no seu todo (0,2 pontos). Apesar da Geração Y nacional fugir à tendência, é possível afirmar que na grande maioria dos países europeus os Millennials consideram-se bastante otimistas; se a média geral entre os inquiridos do estudo é de 5,2 pontos, os valores dos Millennials chegam aos 5,6.
Situação pessoal cada vez melhor
Quanto à situação pessoal, a classificação da generalidade dos portugueses é de 5,6 pontos, valor acima de 2017 – já então positivo, 5,1 – depois de um período negativo que motivou, por exemplo, os 4,6 pontos de 2016. Ainda assim neste caso a média europeia é ligeiramente superior e chegará aos 5,7 pontos.
Entre os Millennials nacionais os resultados apontam para um sentimento mais positivo que a média nacional de inquiridos, pois chega aos 5,7 pontos. Este otimismo com a situação pessoal é comum aos Millennials europeus, pois o estudo aponta para uma média de 6,1 pontos (mais 0,4 pontos que o registado no estudo).
Contexto mais favorável
As previsões para o futuro feitas no ano passado apontavam para um ambiente mais favorável, talvez por isso se registe um clima de maior otimismo junto dos europeus. Em Portugal, prevê-se que o PIB cresça 2,1%, valor superior ao 1,6% previsto para o crescimento da média europeia. As estatísticas mostram que a Roménia terá o crescimento mais visível, 4,4%, e o Reino Unido, pelos efeitos do Brexit, o crescimento mais reduzido – apenas 1,3%.
O emprego, fator de importância maior, revela também uma melhoria na sua conjuntura, sendo que, atualmente, alguns países da Europa registam apenas uma taxa de desemprego residual. Para Portugal, antecipava-se uma taxa de desemprego de 8,3%, quase menos um ponto percentual que no ano anterior. Para 2019, estima-se que este valor deverá ficar abaixo de 7,6%.
Aumento do poder de compra
A consolidação do poder de compra contribui também para este aumento de confiança no futuro. Quando se trata de avaliar as circunstâncias materiais, 7 em cada 10 europeus considera que o seu poder de compra se manteve estável ou aumentou, um valor igual também entre os consumidores portugueses. Contudo, para 31% dos inquiridos no estudo, o poder de compra decaiu em comparação com anos anteriores. O bom estado de saúde de economia pessoal prolonga-se nas intenções de compra que levam a que 47% dos europeus ambicionem aumentar o seu consumo durante o próximo ano. 33% dos portugueses também concordam com esta afirmação, à semelhança do que aconteceu em 2017. Em termos de poupança, as intenções são também bastante acentuadas, sendo que 45% dos europeus e 60% dos portugueses pretende economizar mais, confirmando o desejo de reconstruir as poupanças pessoais enquanto os tempos estão favoráveis.
Parceiros e Metodologia
O Observador Cetelem Millennials 2018 tem por base um estudo quantitativo efetuado em 17 países europeus. O inquérito quantitativo ao consumidor foi realizado pela Kantar TNS entre 2 de outubro de 2017 e 2 de novembro de 2017 sobre uma amostra de 13 800 indivíduos, com idade entre 18 a 75 anos e uma amostra adicional de 3 400 indivíduos entre 18 e 34 anos (Millennials). Em Portugal foram inquiridos 1000 indivíduos. Destes, cerca de 500 têm entre 18 e 34 anos. Foi utilizada a técnica CAWI. Estes indivíduos foram retirados de uma amostra nacional representativa de cada país. O método utilizado para garantir representatividade é o de amostragem por quotas (género, idade, categoria socioprofissional/ rendimento, região).
Países participantes no estudo: França (FR): 1200 pessoas inquiridas. Alemanha (DE), Áustria (AT), Bélgica (BE), Bulgária (BG), Dinamarca (DK), Espanha (ES), Hungria (HU), Itália (IT), Noruega (NO), Polónia (PL), Portugal (PT), República Checa (CZ), Roménia (RO), Reino Unido (UK), Eslováquia (SK), Suécia (SU): 1000 pessoas inquiridas por país.