“É difícil avaliar concretamente qual o impacto da iniciativa, mas o que podemos dizer é que, de há um ano para cá, o número de 700 mil carros que entram em Lisboa tem descido globalmente, embora de forma assimétrica por corredores e também por diversas razões”, salientou Faustino Gomes, da Tis, a consultora de transportes que está a avaliar o impacto desta iniciativa.
As dificuldades financeiras das pessoas e a rede de transportes melhorada são algumas dessas possíveis razões apontadas para esta diminuição.
Com base num estudo de mobilidade e noutros dados de estudos europeus, quem opta pelo automóvel faz em média de 8000 quilómetros por ano, distância que podia ser feito pela Carris ou pelo Metropolitano.
Desta forma o preço tabelado de custo por quilómetro é de 0,40 euros, o que significa que estes 8000 quilómetros pressupõem um gasto anual de 3 200 euros.
O passe L123, o mais utilizado na região de Lisboa, custa 53,15 por mês, o que significa um gasto de 637,8 euros por ano.
“Portanto, a poupança para quem usa os transportes públicos em relação ao carro é ainda de 2562,2 euros ano. Mesmo que apenas considerássemos o valor de 20 cêntimos por quilómetros, a poupança ainda seria superior a mil euros ano”, afirmou o mesmo responsável, salientando que o sistema de transportes “tem atualmente folga para acomodar mais utilizadores”.