Uma equipa de médicos italianos salvou a vida de um bebé de 16 meses com recurso ao menor coração artificial do mundo, de apenas 11 gramas, que lhe foi implantado com o objetivo de o manter vivo até ser encontrado um dador.
Uma equipa de médicos italianos salvou a vida de um bebé de 16 meses com recurso ao menor coração artificial do mundo, que lhe foi implantado com o objetivo de o manter vivo até ser encontrado um dador. A operação foi realizada o mês passado e dada a conhecer esta semana pelos cirurgiões, que revelaram que a criança está, agora, de boa saúde.
O menino sofria de miocardiopatia dilatada, uma doença que causa a dilatação dos ventrículos, incapacitando-os de bombear um volume suficiente de sangue, e a situação, já considerada grave, foi dificultada por uma infeção em torno de uma bomba mecânica que lhe fora colocada para ajudar o seu coração natural a funcionar.
Porém, os especialistas não baixaram os braços e arriscaram o implante do coração artificial, uma pequena bomba de titânio com apenas 11 gramas – peso surpreendente se se considerar que um coração artificial para adultos tem cerca de 900 gramas – inventada pelo médico norte-americano Robert Jarvik e que, anteriormente, só tinha sido testada em animais.
“O paciente estava na nossa unidade de cuidados intensivos desde que tinha um mês de idade. Ele era como uma mascote para nós, era um de nós”, afirmou o cirurgião Antonio Amadeo, do Hospital Bambino Gesù de Roma, onde foi realizado o procedimento.
“Todos os dias, a todas as horas, durante mais de um ano, ele esteve connosco. Quando nos deparámos com um problema, não pudemos fazer nada que não fosse o nosso melhor”, acrescentou o médico, em declarações à Reuters TV.
Do ponto de vista cirúrgico, explicou Amadeo, o procedimento não foi difícil, sendo o maior obstáculo o facto de a criança, cuja identidade não foi revelada, já ter sido operada várias vezes antes do implante, tornando-se mais frágil. Mesmo assim, a cirurgia foi bem-sucedida, para grande satisfação da equipa médica.
“Este caso é um marco”, defendeu Amadeo, que coordenou a equipa, adiantando que, embora o dispositivo seja, atualmente, usado apenas como uma opção temporária até ao transplante, tem potencialidade para ser utilizado de modo permanente no futuro.
[Notícia sugerida por Elsa Martins e Patrícia Guedes]