Graças à prática do surf, um menino brasileiro de 12 anos com paralisia cerebral conseguiu começar a andar. Em apenas oito meses, e depois de os médicos terem alertado a mãe para o pior, Raphael dos Santos deu os primeiros passos.
Graças à prática do surf, um menino brasileiro de 12 anos com paralisia cerebral conseguiu começar a andar. Em apenas oito meses, e depois de os médicos terem alertado a mãe para a possibilidade de o seu filho nunca vir a ser capaz de se locomover autonomamente, Raphael dos Santos deu os primeiros passos.
A história foi dada a conhecer no programa Fantástico, da Globo, que conta que, além do endurecimento dos músculos e tendões provocado pela doença e aliviado pela fisioterapia, Raphael teve sempre de lidar com outros problemas, como convulsões, que fizeram da superação de obstáculos a sua rotina diária.
Depois de uma cirurgia aos joelhos, o menino começou, há dois anos, a aprender a surfar. E, para surpresa de todos, tem sido a prática deste desporto que mais o tem ajudado a melhorar a coordenação motora, o equilíbrio e a força muscular.
“[O surf] dá-lhe prazer e ajuda. Todo o tratamento que o Raphael está a fazer é fundamental: fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, pedagogia e o surf”, explica, em entrevista ao Fantástico, Maria Lúcia Leal, neurologista infantil que tem acompanhado o jovem 'surfista'.
Desde o início das aulas, numa escola de surf em Santos, no litoral de São Paulo, as melhorias têm sido visíveis e muito mais significativas do que o esperado. Quando chegou à escola pela primeira vez, revela o professor de surf, Cisco Araña, “ele tinha o formato da cadeira [de rodas]”.
“A expressão dele era apática, os ombros fechados, cabeça baixa, não conseguia ter locomoção nem força para levantar a cabeça e nem andava”, recorda. Porém, ao fim de oito meses, tudo mudou e Raphael deu à mãe a maior das alegrias: começou a andar.
“Ele estava de pé, eu parei e disse-lhe: 'espera aí que a mamã vai buscar-te para não caires e não te magoares. E ele disse-me: 'já estou a andar' e veio de braços abertos. Eu comecei a gritar: 'o meu filho está a andar!'”, recorda a progenitora, Fabiana dos Santos.
A prática do surf ajudou Raphael a dar os primeiros passos, para grande alegria da mãe
Com a ajuda da modalidade, Raphael não só ganhou independência como nunca mais voltou a ter convulsões. “Eu acho que ele descobriu algo que é fundamental para todos nós: o seu elemento. Ele tem o elemento da água com ele. Foi isso que o fez andar como se fosse uma tartaruguinha nos primeiros passos, gatinhando para o mar sem querer parar”, sublinha o professor de surf do menino.
De acordo com Cisco, o próximo passo será ficar em pé sobre a prancha, um objetivo que o docente acredita que Raphael vai conseguir alcançar. “Não é um esforço meu, mas é uma conquista dele. Ele quer muito isso”, garante.
Quanto à mãe, Fabiana, mostra-se emocionada com a grande contribuição da prática desportiva para a melhoria das condições de vida do filho.
“Esperei tanto tempo. Sabe o que é, durante dez anos, uma mãe [pensar]: 'o meu filho vai andar, o meu filho vai andar'. Não há desafio que eu e o Raphael não vençamos. Um dia ele vai ficar em pé na prancha e não precisar mais da ajuda de ninguém para subir para cima dela”, antecipa com orgulho.
Clique AQUI para ver a reportagem sobre Raphael no programa Fantástico.