Um novo estudo vem provar que determinados seres, como a medusa 'Hydra magnipapillata', não envelhecem com o passar do tempo, revelando-se praticamente imortais.
Na juventude, somos fortes e saudáveis. Com a idade, tornamo-nos frágeis e a probabilidade de morte aumenta. Este era, até hoje, o paradigma vigente para os seres vivos. Mas um novo estudo vem provar que determinados seres, como a pequena medusa 'Hydra magnipapillata', não envelhecem com o passar do tempo, revelando-se teoricamente imortais.
Ao contrário do que a comunidade científica defendia até agora, nem todas as espécies se tornam frágeis e envelhecidas com o passar do tempo. Aliás, há até alguns seres vivos que se tornam mais resistentes com a idade.
Owen Jones, um biólogo da Universidade da Dinamarca, comparou os padrões demográficos de 46 espécies diferentes (desde mamíferos, a plantas, passando por fungos e algas) e chegou à conclusão de que, ao contrário dos humanos e da maioria dos mamíferos, certas espécies se tornam mais 'imortais' com o passar do tempo.
O investigador explica, em
comunicado, que quis estudar melhor o processo de envelhecimentos em certas espécies, uma vez que este processo está bastante documentado em espécies como os mamíferos e os pássaros, mas há poucos estudos em torno de espécies como os inverterbrados e as algas.
Foi precisamente numa espécie invertebrada, a pequena medusa aquática 'Hydra magnipapillata', que Owen Jones encontrou dados que desafiam aquela que, ate agora, era a lei natural do envelhecimento.
Medusa mantém níveis de juventude por 1.400 anos
Este ser vivo revelou manter as mesmas condições de vida ao longo do tempo. Segundo os dados recolhidos pela equipa em laboratório, mesmo que viva 1.400 anos, esta medusa prevervará as suas características de vida.
Para comparar os padrões de fecundidade e mortalidade, os cientistas reuniram um conjunto de dados do ciclo de vida de 11 mamíferos, 12 de outros vertebrados, 10 invertebrados, 12 plantas vasculares e uma alga verde.
Quando os investigadores organizaram as espécies ao longo de um espetro de senescência (fenómeno que interrompe o processo natural de regeneração das células e leva ao envelhecimento dos tecidos do corpo e dos órgãos), os mamíferos foram agrupados na zona dos organismos que têm uma mudança abrupta na mortalidade.
Já as plantas, de mortalidade relativamente baixa, ficaram no espectro oposto. Os pássaros e invertebrados foram colocados um pouco por todo o espetro, revelando níveis de mortalidade e envelhecimento muito variáveis.
Os autores do estudo sugerem que a diversidade de estratégias de envelhecimento de todo o espetro deve redefinir as teorias vigentes. “Não se trata de esquecer as velhas teorias, mas sim de as modificar para as aplicar a todas as espécies”, explica Owen Jones.
Esta é a primeira tentativa de padronização dos níveis de mortalidade e fecundidade entre espécies diferentes.
Notícia sugerida por Elsa Fonseca e Maria da Luz
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