Meditar pode contribuir, de forma significativa, para melhorar a saúde cardiovascular. A meditação tem potencial para reduzir a tensão arterial e diminuir o 'stress', ajudando, também, a controlar outros fatores de risco.
Meditar pode contribuir, de forma significativa, para melhorar a saúde cardiovascular. De acordo com a Fundação Espanhola do Coração (FEC), que se apoia numa série de estudos realizados na última década, a meditação tem potencial para reduzir a tensão arterial e diminuir o 'stress', ajudando, também, a controlar outros fatores de risco em pessoas com problemas cardíacos.
Segundo a FEC, a meditação transcendental – que se pratica durante 15 a 20 minutos, duas vezes por dia, devendo o indivíduo sentar-se confortavelmente e com os olhos fechados enquanto repete um 'mantra' – é a técnica mais benéfica para o coração, distinguindo-se pela sua “facilidade, naturalidade e eficácia”.
Um estudo publicado na revista científica “Circulation” e citado, em comunicado, pelo organismo espanhol, revela que esta prática pode reduzir em até 48% o risco de morte precoce, enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes com doença coronária, graças à redução da tensão arterial e ao 'stress'.
Este efeito protetor deve-se, explicam os cientistas, ao facto de a meditação reduzir a atividade do sistema nervoso simpático e a libertação de hormonas como o cortisol e a adrenalina, contrariando os efeitos desfavoráveis do 'stress' crónico sobre a frequência cardíaca e a tensão arterial.
Para chegar a estas conclusões, investigadores do Instituto de Medicina Natural e Prevenção da Universidade de Maharishi, nos EUA, analisaram um total de 201 homens e mulheres de raça negra (já que esta está associada a uma maior incidência de problemas cardiovasculares) com doença coronária, seguindo-os durante mais de cinco anos.
Durante o estudo, 102 participantes foram submetidos a um programa de meditação transcendental e 99 participantes integraram um programa educacional sobre saúde. Os elementos do primeiro grupo beneficiaram, graças à meditação, de uma redução de quase metade no risco de sofrer um evento cardiovascular, alcançando-se mesmo uma diminuição de 66% no caso das pessoas com situação mais complexa e que também praticavam meditação em casa.
Além disso, observou-se também uma diferença significativa na redução da pressão arterial sistólica: os indivíduos que realizaram meditação registaram 4,9 mm Hg a menos do que os que integraram o programa educacional, bem como menos 1,5 mm Hg na pressão arterial sistólica. Verificaram-se, igualmente, melhorias no controlo do 'stress', da raiva, da depressão e da ansiedade.
Relaxar para prevenir
“Parece inegável que as técnicas de relaxamento como a meditação têm um efeito positivo nos pacientes cardíacos. Porém, é preciso ter em conta que esta prática não pode substituir qualquer tratamento farmacológico e que é necessário, também, que o paciente adote um estilo de vida mais saudável”, afirma Francisco Ridocci, médico da FEC.
Na opinião de Ridocci, “embora existam argumentos suficientes para acreditar que a meditação e, nomeadamente, a meditação transcendental, é benéfica para a saúde ao ajudar a diminuir a hipertensão arterial e a controlar o 'stress', seria interessante realizar mais estudos neste sentido para reconfirmar a teoria com uma amostra mais extensa e de diferentes etnias”.
Em qualquer dos casos, realça a FEC, “considera-se que a prática da meditação poderá ser útil tanto na prevenção primária como secundária das doenças cardiovasculares”.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).
Notícia sugerida por Maria da Luz