Para demonstrar a técnica, que consiste na implantação da válvula aórtica por via percutânea, através de pequenas incisões na virilha e sem necessidade de abertura da caixa torácica e sem anestesia geral, os médicos do CHVNG/E realizaram duas intervenções em dois doentes portugueses com idades na casa dos 70 anos.
“Os doentes que recebem uma válvula por via percutânea falam num autêntico milagre. Alguns destes doentes, que praticamente não se moviam por falta de ar, passam a fazer uma vida normal, depois da intervenção”, refere o Dr. Vasco Gama, diretor do Serviço de Cardiologia do CHVNG/E, em comunicado daquela entidade.
“Estamos por isso entusiasmados e orgulhosos com os resultados da técnica por colocar Portugal na linha da frente deste tratamento”, acrescenta ainda o responsável, relembrando que a estenose aórtica afeta 1 em cada 15 portugueses com mais de 80 anos, uma condição clínica que, até ao momento, só podia ser tratada cirurgicamente.
A válvula aórtica separa o ventrículo esquerdo da artéria aorta, impedindo o refluxo de sangue, o que permite que a circulação se faça sempre do ventrículo para a aorta. A estenose aórtica é a deformidade e calcificação da válvula aórtica que impede o seu normal funcionamento. Pode ter origem num defeito congénito (de nascença) ou ser consequência do envelhecimento.
Os sintomas traduzem-se em dispneia (falta de ar), síncope (desmaios), sintomas de angina de peito ou morte súbita.