Um grupo de investigadores da Universidade da Califórnia - San Diego, nos EUA, acaba de identificar um mecanismo que aparenta ser capaz de suprimir o crescimento dos tumores.
Um grupo de investigadores da Universidade da Califórnia – San Diego, nos EUA, acaba de identificar um mecanismo que aparenta ser capaz de suprimir o crescimento dos tumores, o que abre a possibilidade de desenvolvimento de uma nova classe de fármacos contra o cancro.
De acordo com um comunicado divulgado pela universidade, um artigo publicado pelos investigadores da Faculdade de Medicina, coordenados por Willis X. Li, revela que uma forma particular de uma proteína denominada STAT5A é capaz de estabilizar a produção de heterocromatina (um tipo de ADN dos cromossomas) que, por sua vez, trava a capacidade de as células cancerígenas seguirem as instruções de multiplicação e crescimento.
Os cientistas descobriram, especificamente, que uma forma “não fosforilada” da proteína STAT (ou seja, à qual não foi adicionado um elemento do grupo dos fosfatos para alteração das suas funções) consegue promover e estabilizar a heterocromatina, fazendo com que o ADN permaneça inacessível e não seja “invadido” pela doença. “Os genes 'enterrados' na heterocromatina não se expressam”, explica Li.
“Quando fazemos com que haja expressão de HP1 (o principal componente da heterocromatina) ou STAT5A não fosforilada nas células cancerígenas humanas, muitos genes importantes para a progressão do cancro são suprimidos”, acrescenta o investigador.
Descoberta pode trazer nova classe de fármacos
Atualmente, a maior parte dos mecanismos com vista à supressão dos tumores funciona através da inibição do ciclo de progressão das células ou da morte das células cancerígenas por via da apoptose (a chamada morte celular programada).
Segundo o líder desta investigação, a descoberta do novo mecanismo poderá trazer uma potencial alternativa para a inibição da expressão dos genes cancerígenos, representando uma nova classe de fármacos para supressão de tumores.
“Neste momento estamos a realizar um processo que visa identificar fármacos com pequenas moléculas que possam promover a formação de heterocromatina sem parar a divisão celular ou causar a morte das células”, adianta Li. “Se formos bem-sucedidos, estes medicamentos poderão ser eficazes no tratamento do cancro com menos efeitos secundários”, conclui.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).