Investigadores portugueses partiram para a Mauritânia para descobrir e monitorizar as populações de crocodilos que, naquele país, estão sujeitos a condições climáticas extremas que ameaçam a sua sobrevivência. Surpreendentemente, encontraram-se mais
Investigadores portugueses partiram para a Mauritânia para descobrir e monitorizar as populações de crocodilos que, naquele país, estão sujeitos a condições climáticas extremas que ameaçam a sua sobrevivência. Surpreendentemente, encontraram-se mais espécies do que era esperado.Depois da seca de 1970, acreditava-se que o norte de África acolhia apenas três populações de crocodilos, distribuídas pelo Chade, Egipto e Marrocos.
Contudo, a equipa de investigadores do Centro Interdisciplinar em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) garante que “na atualidade existem crocodilos em 78 locais e em 10 bacias hidrográficas” da Mauritânia, sendo que 53 por cento das populações encontradas têm menos de cinco indivíduos, refere José Carlos Brito, do CIBIO, ao portal Ciência Hoje.
Estes números são positivos, especialmente tendo em conta dados de 2003, ano em que apenas foram encontrados crocodilos em 25 locais e dois tipos de habitat diferentes.
“Encontrámos muito mais crocodilos do que estávamos à espera”, refere o investigador, acrescentando ainda um dado surpreendente: “No guelta El Khedia, existe um crocodilo a viver isolado desde os anos 70”.
Estes resultados são animadores, mas José Carlos Britos alerta para a necessidade de continuar a “monitorizar as tendências demográficas e genéticas das populações totalmente isoladas e classificar as montanhas como áreas protegidas”, até porque o clima tornar-se-á cada vez mais quente.