Uma equipa de cientistas portugueses identificou os locais em Marte onde será possível e mais provavél existir vida. As conclusões deste estudo vão ser apresentadas esta segunda-feira numa conferência internacional sobre a habitabilidade em Marte, em Lisboa.
O trabalho da equipa portuguesa permitiu identificar os locais em Marte onde existem campos magnéticos que protegem a superfície do planeta e quaisquer formas de vida que possa albergar, disse à agência Lusa o geólogo Ivo Alves, da Universidade de Coimbra.
Para efectuar este mapeamento, a equipa de Ivo Alves – que incluiu ainda um biólogo e um astrónomo – analisou dados transmitidos pela sonda Mars Odyssey.
No total, analisaram “23 milhões de registos” da sonda, que leu os níveis de radiação a cada momento. Depois, foi descobrir de que locais vinham as leituras.
Segundo o geólogo, Marte teve um campo magnético a protegê-lo das radiações cósmicas, tal como a Terra tem. Este facto ocorreu à 3500 milhões de anos, sendo que o núcleo de Marte deixou de girar, e hoje é sólido e não produz um campo magnético global para todo o planeta.
Agora restam apenas campos magnéticos “cristalizados nas rochas” que garantem que “zonas com milhares de quilómetros quadrados” têm proteção das radiações cósmicas.
Apesar de o clima de crise financeira não ser propício a aventuras extraterrestres, Ivo Alves afirmou que “já existe tecnologia na Europa para colocar um astronauta em Marte”, um projeto que teria mais hipóteses numa colaboração de vários países com mais meios, como a França, a Alemanha e Itália.
A conferência onde este e outros estudo vão ser apresentados, tem inicio hoje e decorre até dia 15 de junho, numa organização conjunta das agências espaciais europeia e norte americana, e do Centro de geofísica da Universidade de Coimbra.
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[Noticia sugerida por Raquel Baêta e Tiago Fonseca]